Cientistas se manifestam contra distribuição de suposto remédio que promete cura de todos os tipos de câncer
Cientistas brasileiros se manifestaram contra a distribuição de suposto remédio que promete a cura de todos os tipos de Câncer. Para o senador Hélio José (PSD – DF) o assunto é polêmico tendo um grupo de farmacêuticos contrário ao desenvolvimento da substância. A avaliação foi feita nesta quinta-feira (22) em audiência pública na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), que discutiu os avanços tecnológicos na área da saúde.
Transcrição
LOC: CIENTISTAS BRASILEIROS SE MANIFESTARAM CONTRA A DISTRIBUIÇÃO DE SUPOSTO REMÉDIO QUE PROMETE A CURA DE TODOS OS TIPOS DE CÂNCER.
LOC: A AVALIAÇÃO FOI FEITA NESTA QUINTA-FEIRA EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA, QUE DISCUTIU OS AVANÇOS TECNOLÓGICOS NA ÁREA DA SAÚDE. REPÓRTER GEORGE CARDIM.
Téc: Em audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia, senadores e pesquisadores brasileiros cobraram mais investimentos para o setor mas destacaram avanços na produção científica nos últimos anos. Também discutiram experiências bem sucedidas na área da saúde. O neurocientista Alysson Muotri, pesquisador do Instituto Salk, na California, nos Estados Unidos, explicou como criou os chamados "minicérebros" humanos dentro do laboratório que são usados para simular doenças e testar novos remédios. Seu principal estudo em andamento é considerado promissor para a cura do autismo. Durante o debate, os senadores pediram a opinião dos cientistas sobre a distribuição da fosfo-etano-lamina, substância anunciada por um professor aposentado da USP como a cura para o câncer. A própria Universidade divulgou uma nota dirigida aos pacientes com câncer em que afirma que o composto não é remédio. O senador Hélio José, do PSD do Distrito federal, lembrou que o assunto é polêmico.
(José) “Essa polêmica, a Rede Globo de televisão definiu contra e a Record favorável. É uma polêmica que toma conta do Brasil, parece que um grupo de farmacêutico é radicalmente contra este desenvolvimento e outra não foi nesta onda do lobby. Então é importante ouvir um estudo no assunto”
(Repórter) Os convidados classificaram de irresponsável a distribuição da droga sem testes clínicos e registro na Anvisa, como explicou o médico Marcelo Moraes, do CNPQ.
(Marcelo) “Em relação a ciência, etapas não podem ser puladas. Nós pulamos uma etapa, por exemplo, com a Talidomida, e deu no que deu. Nós não sabemos o que esta droga pode causar em seres humanos. Em relação a esta droga eu me posiciono contra como cientista. Nós não podemos pular etapas”
(Repórter) As comissões de Direitos Humanos, Assuntos Sociais e Ciência e Tecnologia devem voltar a discutir a segurança e eficiência do suposto remédio no próximo dia 29 de outubro.