Delcídio diz que reforma ministerial assegura votos no Congresso
Transcrição
LOC: SENADOR GOVERNISTA ADMITE QUE A REFORMA MINISTERIAL TEM O OBJETIVO DE ASSEGURAR VOTOS NO CONGRESSO NACIONAL.
LOC: PARA A OPOSIÇÃO, A OFERTA DE CARGOS SINALIZA MEDO DA PETISTA DE UM PROCESSO DE IMPEACHMENT. A REPORTAGEM É DE HÉRICA CHRISTIAN COM A COLABORAÇÃO DE RODRIGO RESENDE.
(Repórter) No lugar de dez ministérios, a presidente Dilma Rousseff anunciou a extinção de 8, que inclui a fusão de algumas pastas, e o corte de 30 secretarias. Ela também reduziu em 10% o salário do primeiro escalão e em 20% os gastos administrativos, além da demitir 3 mil apadrinhados políticos. Além da Agricultura, Minas e Energia, Turismo, Aviação Civil e Portos, o PMDB ficou com a Saúde e Ciência e Tecnologia. O líder do partido no Senado, Eunício Oliveira do Ceará, destacou que a bancada de senadores não exigiu cargos por defender uma diminuição da administração pública.
(Eunício Oliveira) Convidado pela presidenta, eu disse para a presidenta e repito aqui: o PMDB do Senado não tinha disputa, não tinha constrangimento, não tinha dificuldades e não tinha reivindicações a fazer a presidência.
(Repórter) O PT comandará 9 pastas, embora com a mudança de alguns ministros, a exemplo de Aloizio Mercadante que deixa a Casa Civil e vai para a Educação. O PTB, PR, PSD, PDT, PC do B e PRB ficaram com um ministério cada. O líder do governo, senador Delcídio do Amaral do PT de Mato Grosso do Sul, admitiu que a reforma ministerial é para garantir a aprovação do novo pacote fiscal, que inclui a recriação da CPMF.
(Delcídio do Amaral) O governo precisa e está fazendo um esforço grande para garantir uma base fiel na Câmara e no Senado para que tenhamos força para implementarmos medidas de estabilização de economia e de preparação para o crescimento. Então, o governo está pautando sim essa reforma para fidelizar a base.
(Repórter) O líder do Democratas, senador Ronaldo Caiado, de Goiás, disse que a reforma é para se evitar a aprovação de um eventual pedido de impeachment.
(Ronaldo Caiado) O que fica claro para a população brasileira é que a presidente da República já não governa mais. Ela é uma figurante que entregou 100% o seu ministério para alguns partidos políticos para ter um mínimo de votos para não deixar avançar o processo de impeachment.
(Repórter) Mesmo com o corte, a presidente Dilma Rousseff conta com 31 ministérios.