Economistas alertam que gastos com juros e rolagem da dívida são insustentáveis para o Brasil
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LOC: COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS OUVIU NESTA TERÇA-FEIRA DOIS ECONOMISTAS SOBRE CAMINHOS PARA O BRASIL SUPERAR A CRISE FISCAL E RESGATAR A CREDIBILIDADE.
LOC: ELES ALERTARAM QUE OS GASTOS HOJE COM JUROS ALTOS E A ROLAGEM DA DÍVIDA SÃO INSUSTENTÁVEIS. REPÓRTER BRUNO LOURENÇO.
TÉC: Quando um banco não acredita nas garantias oferecidas pelo tomador de empréstimo, ele cobra taxas mais altas. O Brasil, que já foi rebaixado por uma agência internacional de classificação de riscos, é hoje esse tomador de empréstimos. Para conseguir dinheiro para rolar a dívida, tem que pagar juros altos. Que acabam aumentando ainda mais o endividamento. O economista Thiago Custodio Biscuola explicou o custo dessa falta de credibilidade.
(THIAGO): São 2,9 bilhões ao dia. As pessoas saíram às ruas pra reclamar do aumento pra 3,20, da passagem de ônibus. Por dia, cada habitante paga 6,50 reais só para encargos da dívida. Dá um pouco a noção do problema e da gravidade que isso passa.
(REPÓRTER): Para o economista Paulo Rabello de Castro, o Brasil deve fazer um planejamento de alguns anos para reduzir a dívida. Ele propôs a redução linear em torno de 7 e meio por cento de todos os gastos do governo e a simplificação de impostos – a equipe econômica não poderia falar em recriação da CPMF num quadro de recessão. Paulo falou de uma das propostas do movimento Brasil Eficiente, coordenado por ele, de um único tributo nacional para a circulação de mercadorias e serviços.
(PAULO): O Brasil tem pressa. Um tributo circulatório. E aí sim, eu posso fazer uma aposta. Se nós comprássemos essa briga, o Brasil volta a crescer, senador e economista Cristovam Buarque, 5% ao ano. Nós vamos surpreender os próprios brasileiros e o mundo.
(REPÓRTER): Paulo Rabello de Castro também defendeu a aprovação de projeto de lei do senador Paulo Bauer, do PSDB de Santa Catarina, que regulamenta o Conselho de Gestão Fiscal. Bauer falou que o Conselho, previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal, ainda não saiu do papel porque ele foi pensado com membros em excesso. O que na prática, inviabiliza qualquer tomada de decisão.
(BAUER): Então é preciso mudar o conselho e meu projeto não está fazendo outra coisa senão definir com clareza como o conselho deve se constituir e atribuindo a lei ordinária como será sua composição.
(REPÓRTER): Paulo Bauer diz que o Conselho de Gestão Fiscal seria um órgão com visão de longo prazo em contraponto à cultura dos governantes de buscar brechas para obter mais recursos a serem gastos em suas gestões. Da Rádio Senado, Bruno Lourenço.
LOC: A PROPOSTA DO SENADOR PAULO BAUER DEVE SER VOTADA NESTA QUARTA-FEIRA NA COMISSÃO ESPECIAL DO DESENVOLVIMENTO NACIONAL.
PROJETO DE LEI DO SENADO nº 141, de 2014