Governistas advertem Dilma sobre dificuldade de aprovação do novo pacote econômico
Governistas advertem à presidente Dilma Rousseff sobre a dificuldade de aprovação de medidas do novo pacote econômico. A oposição critica a manobra do governo de usar os governadores para pressionarem o Congresso pela volta da CPMF. O líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima, da Paraíba, chamou de deslealdade política a estratégia do governo de propor um rateio dos recursos da CPMF desde que os governadores pressionem o Congresso para aprovar uma alíquota de 0,38 para que 0,18% fiquem com estados e municípios. O líder do PT, senador Humberto Costa, de Pernambuco, sugeriu que a futura CP Previ, contribuição provisória para a Previdência, seja substituída por outras iniciativas, a exemplo da taxação sobre os lucros e dividendos e a repatriação de recursos de brasileiros no exterior. O líder do governo, senador Delcídio do Amaral (PT – MS), insistirá na CPMF apesar das restrições. Sem se pronunciar sobre o mérito, o presidente do Senado, Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, ressalta o compromisso do Congresso com a melhora da economia.
Transcrição
LOC: GOVERNISTAS ADVERTEM À PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF SOBRE A DIFICULDADE DE APROVAÇÃO DE MEDIDAS DO NOVO PACOTE ECONÔMICO.
LOC: A OPOSIÇÃO CRITICA A MANOBRA DO GOVERNO DE USAR OS GOVERNADORES PARA PRESSIONAREM O CONGRESSO PELA VOLTA DO IMPOSTO SOBRE O CHEQUE. A REPORTAGEM É DE HÉRICA CHRISTIAN.
(Repórter) A presidente Dilma Rousseff não convenceu os senadores aliados a aprovarem o novo pacote econômico, que inclui o corte de gastos e a volta da CPMF. O líder do PT, senador Humberto Costa, de Pernambuco, sugeriu que a futura CP Previ, contribuição provisória para a Previdência, seja substituída por outras iniciativas, a exemplo da taxação sobre os lucros e dividendos e a repatriação de recursos de brasileiros no exterior.
(Humberto Costa) E agora o Congresso pode analisar as propostas e caso, não concorde com essas propostas, apresentar outras que levem ao mesmo resultado. Então, a bola estará com o Congresso Nacional.
(Repórter) O líder do governo, senador Delcídio do Amaral, do PT de Mato Grosso do Sul, disse que insistirá na CPMF apesar das restrições.
(Delcídio do Amaral) Exige muito diálogo, muita conversa e capacidade de convencimento. Se a gente falasse que era fácil, não estaríamos falando a verdade. Temos a noção nítida das dificuldades que vamos enfrentar.
(Repórter) O líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima, da Paraíba, chamou de deslealdade política a estratégia do governo de propor um rateio dos recursos da CPMF desde que os governadores pressionem o Congresso para aprovar uma alíquota de 0,38 para que 0,18% fiquem com estados e municípios.
(Cássio Cunha Lima) A chance de o Congresso aprovar a CPMF é perto de zero pela manobra de fazer uma alíquota faz de conta de 0,20 para que os governadores, que estão em dificuldade financeira, pudessem abraçar a proposta.
(Repórter) Sem se pronunciar sobre o mérito, o presidente do Senado, Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, ressaltou o compromisso do Congresso com a melhora da economia.
(Renan Calheiros) O Legislativo vai colaborar com qualquer saída para o Brasil. Não vamos fechar as portas para a retomada do crescimento da economia.
(Repórter) As medidas do novo pacote econômico deverão ser encaminhadas para o Congresso Nacional nos próximos dias.