CPI do Assassinato de Jovens se reúne na Assembleia do Rio Grande do Norte — Rádio Senado
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CPI do Assassinato de Jovens se reúne na Assembleia do Rio Grande do Norte

28/08/2015, 19h52 - ATUALIZADO EM 28/08/2015, 21h01
Duração de áudio: 02:02
Jefferson Rudy/Agência Senado

Transcrição
LOC: A CPI DO ASSASSINATO DE JOVENS SE REUNIU NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO RIO GRANDE DO NORTE NESTA SEXTA-FEIRA. LOC: SEGUNDO O MAPA DA VIOLÊNCIA DESTE ANO, O RIO GRANDE DO NORTE SALTOU DE 22ª PARA A QUARTA POSIÇÃO NO RANKING DOS ESTADOS COM O MAIOR NÚMERO DE ASSASSINATOS DE JOVENS ENTRE 16 E 17 ANOS. OS SENADORES OUVIRAM DIVERSAS ENTIDADES DE DIREITOS HUMANOS E VISITARAM FAMÍLIAS DE JOVENS ASSASSINADOS. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA. (Repórter) Foram registrados três mil trezentos e oito assassinatos no Rio Grande do Norte entre janeiro de 2013 e agosto de 2015. A maioria era de jovens entre 18 e 24 anos de idade, negros e pardos. As estatísticas são da Secretaria de Segurança Pública do estado e foram apresentadas durante a audiência pública da CPI do Assassinato de Jovens. A autora do requerimento, senadora Fátima Bezerra, do PT do Rio Grande do Norte, afirmou que o quadro de criminalidade de jovens segue o mesmo padrão em todo o país. (Fátima Bezerra) “Trata-se de quase que um extermínio da juventude. As estatística explodiram. Esse extermínio que tem cor, que tem rosto, que tem origem de classe. A maioria esmagadora dos jovens que são assassinados pelo país afora são jovens de cor negra, são jovens das periferias.” (Repórter) Segundo o relator da CPI, senador Lindbergh Farias, do PT do Rio de Janeiro, o número de casos subiu quase 300% entre 2002 e 2012. Ele questionou, durante a audiência, qual era o perfil do jovem assassinado no Rio Grande do Norte. (Lindbergh Farias) “Lá no meu estado, Rio de Janeiro, o jovem morre muito em cima dessa política de guerra às drogas. A maior parte dos assassinatos acontece no enfrentamento com a polícia com a milícia e com o tráfico.” (Repórter) Para esclarecer o senador, o defensor público Manuel Sabino explicou como funciona um grupo de extermínio que age em Natal, denunciado pelo Ministério Público. (Manuel Sabino) “Os envolvidos, são policiais, eles esperam uma troca de turno e torturam um conhecido usuário de drogas. Inclusive existe uma assinatura que é um tiro na batata da perna. Plantavam dois saquinhos de crack e entregavam para a patrulha para levar com o traficante” (Repórter) Também participaram da audiência os senadores Garibaldi Alves Filho, do PMDB do Rio Grande do Norte, e José Medeiros, do PPS de Mato Grosso. DURANTE A AUDIÊNCIA PÚBLICA EM NATAL, FORAM OUVIDOS AINDA O PRESIDENTE DO CONSELHO ESTADUAL DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA, MARCOS CALDAS, O CONSELHEIRO DA OAB, DANIEL ALVES PESSOA E COORDENADOR ESTADUAL DA JUSTIÇA PARA A INFÂNCIA E A JUVENTUDE, O JUIZ JOSÉ DANTAS DE PAIVA.

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