Especialistas defendem mudança no perfil de treinamento de policiais
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Transcrição
LOC: O PERFIL DO TREINAMENTO DOS POLICIAIS DEVE MUDAR
LOC: A MEDIDA FOI DEFENDIDA POR ESPECIALISTAS NA CPI DO ASSASSINATO DE JOVENS NA NOITE DESTA SEGUNDA-FEIRA. REPÓRTER CARLOS PENNA BRESCIANINI.
(Repórter) A necessidade de mudar o treinamento dos policiais foi um ponto em comum defendido por especialistas na CPI do Assassinato de Jovens. O coronel Íbis Silva Pereira, da PM do Rio de Janeiro, e o promotor Thiago Pierobom de Ávila, do Distrito Federal, consideram que a sociedade ainda é racista e os policiais não fogem a este quadro. A mudança deve incluir a capacitação desses profissionais, muitas vezes treinados para ver nos jovens negros da periferia possíveis criminosos. Para Íbis Pereira, há uma herança da mentalidade escravocrata que deve ser discutida na sociedade:
(Íbis Pereira) Por trás desta matança me parece que tem duas questões: primeiro é o nosso passado colonial escravocrata, escravista. Que nós temos uma dívida com essa história que ainda não foi saldada por mais de 100 anos de república. E o outro ponto é a necessidade de nós repensarmos o nosso modelo de justiça criminal. E é incontornável um debate mais lúcido, menos moralista e menos moralizante em torno da questão das drogas.
(Repórter) O promotor de Ministério Público do Distrito Federal, Thiago Pierobom Ávila, fez questão de destacar que o comportamento violento das polícias é apontado em todo o Brasil.
(Thiago Pierobom Ávila) Em 2012 o IPEA fez uma nova pesquisa, 53,5% dos brasileiros consideram que os policiais no Brasil não respeitam os direitos dos cidadãos; 63% das pessoas consideram que os policiais tratam as pessoas com preconceito e discriminação, 12% dos entrevistados afirmaram que já sofreram problemas de truculência.
(Repórter): Para a senadora Lídice da Mata, do PSB da Bahia, a discussão sobre segurança pública deve atingir toda a sociedade
(Lídice da Mata) Eu acho que nós realmente devemos colocar na pauta do Congresso Nacional uma discussão mais aberta e rejeitar a ideia de que só quem entende de segurança pública é delegado, é policial militar.
(Repórter) A CPI do Assassinato de Jovens deve ainda realizar uma série de audiências públicas em vários estados brasileiros antes de entregar o relatório final em 3 de novembro.