Regular preços dos livros pode garantir maior acesso para população — Rádio Senado

Regular preços dos livros pode garantir maior acesso para população

LOC: REGULAR OS PREÇOS DOS LIVROS PODE GARANTIR O SEU ACESSO PARA UMA GRANDE PARCELA DA POPULAÇÃO QUE NÃO CONTA COM LIVRARIAS OU BIBLIOTECAS. 

LOC: FOI ISSO O QUE DEFENDERAM REPRESENTANTES DO GOVERNO E DE EDITORAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS, QUE PARTICIPARAM DE UM SEMINÁRIO NA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO NESTA TERÇA-FEIRA. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. 

TÉC (Repórter) Os 500 livros mais vendidos no Brasil – que representam apenas 0,5% do total de publicações – concentram mais de 30% de todas as vendas. E boa parte dos lançamentos são vendidos com descontos promocionais, que embora agradem aos moradores das grandes cidades e consumidores das principais redes de livrarias, dificultam o acesso nos locais mais afastados e encarecem os livros menos comerciais. Um projeto em discussão no Senado cria a Política Nacional do Livro, que fixa o preço das novas publicações por um ano e limita eventuais descontos a 10%. A autora, Fátima Bezerra, do PT do Rio Grande do Norte, defendeu que a regulação de preços vai garantir a multiplicação dos pontos de venda e dos livros publicados. 

(Fátima Bezerra) A grande vantagem dessa medida é resgatar a competitividade das livrarias menores, mas também queremos resguardar o direito de todos os consumidores, e não apenas daqueles que vivem nos grandes centros urbanos, de terem acesso a produtos de qualidade e com conteúdo diversificado. 

(Repórter) Jean-Guy Boin, diretor do Escritório Internacional da Edição Francesa, falou sobre a experiência de seu país, que adotou o preço fixo em 1981 depois do surgimento de grandes cadeias de livrarias e hipermercados, que praticavam preços mais baixos que as livrarias. 

(Jean-Guy Boin) Se traduziu por uma situação muito dramática, com livrarias que fechavam todos os dias. Alguns bestsellers que se vendiam com descontos muito importantes mas com o encarecimento dos livros de pouca venda. 

(Repórter) Os especialistas falaram ainda sobre a necessidade de regulação do mercado literário digital. O ministro da Cultura, Juca Ferreira, disse que é preciso criar um sistema legal que mantenha o caráter aberto e a neutralidade da rede, mas capaz de proteger os produtores de conteúdo brasileiros. 

(Juca Ferreira) Essa ideia de que funcionam nas nuvens, é uma ideia falsa, funcionam nas nuvens mas negócios são terrenos. Para que não representem pirataria com os conteúdos nacionais e que não representem um sufoco para a cadeia do livro no Brasil. 

(Repórter) Richard Charkin, presidente da Associação Internacional de Editores, elogiou a iniciativa do preço fixo, e acrescentou que ela deve ser acompanhada de políticas contra o monopólio e de ações de combate à pirataria. PLS 49/2015
30/06/2015, 03h29 - ATUALIZADO EM 30/06/2015, 03h29
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