Grupo sugere mudança no texto do acordo ortográfico — Rádio Senado

Grupo sugere mudança no texto do acordo ortográfico

LOC: O GRUPO QUE ANALISA O TEXTO DO ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA SE REUNIU NESTA QUINTA-FEIRA PARA SUGERIR MUDANÇAS NO TEXTO. 

LOC: O OBJETIVO DO ACORDO É UNIFICAR A GRAMÁTICA DO IDIOMA NOS PAÍSES QUE TEM O PORTUGUÊS COMO LÍNGUA OFICIAL. REPÓRTER LUCYENNE LANDIM. 

(Repórter) A reunião do Grupo de Trabalho que estuda o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi para sugerir alterações no texto original do projeto, apresentado há mais de vinte anos. As principais recomendações devem ser feitas nas regras de pontuação, como por exemplo, o uso do hífen. Além disso, o texto do acordo é antigo e incoerente, como afirma o professor Ernani Pimentel. 

(Ernani Pimentel) Nós podemos dizer que o acordo está desconsiderando a terminologia gramatical de hoje. Você acha a resposta pra um caso, mas essa resposta só serve praquele caso. Outro análogo já tem outra resposta que não tem nada a ver. Então você acaba tendo que ter um dicionário embaixo do braço pra saber escrever. 

(Repórter) A senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul, também considera essas divergências um problema e pede a simplificação da ortografia. 

(Ana Amélia) As perguntas que vêm aqui são todas elas assim – é difícil, é complicado, temos que ensinar melhor. Porque há divergência de entendimento sobre uma palavra. Porque aqui nós chegamos no ponto prático, nas coisas e na vida como ela é, seja campo jurídico, seja na literatura, seja pro professor de português explicar pros seus alunos. 

(Repórter) Outro problema que o acordo ortográfico deve enfrentar é de ordem diplomática. O professor Pasquale Neto lembra que o assunto ainda não foi discutido em muitos países, e ressalta que o Brasil se precipitou na implantação da nova ortografia. 

(Pasquale Neto) Nisso o Brasil pecou brutalmente. O Brasil foi autoritário, foi arrogante, porque fez a coisa e colocou em vigor um vocabulário ortográfico que não foi discutido com outros membros da comunidade. Angola e Moçambique nem tomam conhecimento do assunto. Em Portugal há uma resistência muito grande, embora eles já estejam caminhando para a adoção do acordo. 

(Repórter) As mudanças sugeridas pelo grupo serão avaliadas na Comissão de Educação, que ainda deve fazer uma série de reuniões para discutir o assunto.
11/12/2014, 05h10 - ATUALIZADO EM 11/12/2014, 05h10
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