Senadores lamentam a morte do escritor Ariano Suassuna — Rádio Senado

Senadores lamentam a morte do escritor Ariano Suassuna

LOC: SENADORES CLASSIFICAM DE PERDA IRREPARÁVEL PARA A ARTE BRASILEIRA A MORTE DO ESCRITOR ARIANO SUASSUNA. 

LOC: O TAMBÉM DRAMATURGO FALECEU AOS 87 ANOS DE IDADE POR COMPLICAÇÕES DE UM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL. A REPORTAGEM É DE HÉRICA CHRISTIAN E LEILA HERÉDIA COM A COLABORAÇÃO DE GUSTAVO CAVALINI.  

(Repórter) “Porque tudo o que é vivo morre”. A frase, dita em tom de resignação pelo personagem Chicó, em “O Auto da Compadecida”, soa quase como uma premonição. A peça, adaptada para o cinema e a televisão, é considerada obra prima deste paraibano, membro da Academia Brasileira de Letras e autor de “O santo e a porca” e “A Pedra do Reino”, entre outras dezenas de livros traduzidos para diversos idiomas. Poeta, romancista, ensaísta, dramaturgo, professor e advogado, Ariano Vilar Suassuna morreu nesta quarta-feira em Recife, aos 87 anos, dois dias após sofrer um acidente vascular cerebral hemorrágico. Ao lamentar a morte do colega da Academia Brasileira de Letras, o senador José Sarney, do PMDB do Amapá, ressaltou que Suassuna foi reconhecido pelo próprio estilo. 

(José Sarney) Ele tinha sua identidade. Ele era o Ariano Suassuna. Criou seu próprio estilo, seu próprio mundo e teve um lugar importante na literatura brasileira naquilo que o Oswald Andrade chamava de Búfalos do nordeste, que eram os grandes nomes da literatura nordestina, como Graciliano Jorge Amado, José Lins do Rego que, com sua força, a temática do nordeste, constituíram uma presença que de certo modo até sufocou a Semana da Arte Moderna. 

(Repórter) Já o senador Jarbas Vasconcelos do PMDB de Pernambuco, amigo do escritor, declarou que o falecimento de Suassuna representa uma perda para a arte brasileira. 

(Jarbas Vasconcelos) Ele era um dos ícones da cultura e das artes. Não só no Nordeste, no Brasil, uma figura conhecida mundialmente. Grande figura humana, poeta também, vai deixar lacuna muito grande, enorme, nas artes, na cultura. É uma perda nacional. Ele deu um exemplo de vida. Nunca reclamou da vida, uma figura animada permanentemente. Grande escritor.... (palmas) você imagina que essas palmas que você está ouvindo é o corpo que está chegando aqui. 

(Repórter) Ao lembrar que Suassuna era o paraibano mais pernambucano que conheceu, o senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, destacou que a obra do imortal levou a cultura nordestina para o resto do Brasil e do mundo. 

(Humberto Costa) É uma perda irreparável para a cultura brasileira, muito especialmente para a cultura popular nordestina. Ariano Suassuna sem dúvida foi um dos mais autênticos artistas, escritores que nós já tivermos. Para todos nos é muito triste viver este momento. O Brasil todo hoje chora esta perda porque ele representava uma grande unanimidade no nosso país. 

(Repórter) Por meio de nota, o presidente do Senado, Renan Calheiros do PMDB de Alagoas, classificou de irreparável a morte de Suassuna e destacou que ele reviverá em cada uma de suas obras.
23/07/2014, 09h03 - ATUALIZADO EM 23/07/2014, 09h03
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