Ativistas dizem que legado da Copa é o aumento da repressão a manifestações — Rádio Senado

Ativistas dizem que legado da Copa é o aumento da repressão a manifestações

LOC: O LEGADO DA COPA DO MUNDO É O AUMENTO DA VIOLÊNCIA E DA REPRESSÃO A MANIFESTAÇÕES. FOI O QUE AFIRMARAM ATIVISTAS DURANTE UMA AUDIÊNCIA DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO SENADO NA MANHÃ DE HOJE. 

LOC: OS CONVIDADOS PEDIRAM CAUTELA DOS PARLAMENTARES NA VOTAÇÃO DE PROPOSTAS QUE TRATEM DE MANIFESTAÇÕES POPULARES. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. 

(Repórter) Representantes de entidades sindicais e estudantis criticaram a ação policial no Rio de Janeiro, na véspera da final da Copa do Mundo no Maracanã, que prendeu 19 ativistas suspeitos de envolvimento em atos violentos durante protestos. O objetivo era prevenir manifestações durante a partida; e a polícia apreendeu explosivos, computadores e celulares, além de uma máscara de proteção contra gás lacrimogêneo. Os convidados para o debate na Comissão de Direitos Humanos do Senado disseram que esse caso é mais um exemplo da criminalização de movimentos sociais, que acaba violando o direito de se manifestar e lutar por melhores condições. Para Luís Carlos Prates, da Central Sindical e Popular Conlutas, os manifestantes vêm sendo tratados como terroristas. 

(Luís Carlos Prates) Se a Copa deixou algum legado, foi o legado do aumento à violência contra os movimentos sociais, porque se investiu muito em segurança, se trabalhou com métodos que já eram utilizados pelo regime militar, que é o método da perseguição, do monitoramento ilegal, agora utilizando as redes sociais, do Google, para perseguir as pessoas e para fazer prisões que são prisões não só preventivas. Ah, se prevê que você vai cometer um crime – segundo eles – que é fazer uma manifestação, e de antemão as pessoas são presas. 

(Repórter) Os debatedores pediram a desmilitarização da polícia e a derrubada de dois projetos em análise no Senado. Um deles aumenta as penas para vandalismo e agressões durante manifestações de rua, e o outro tipifica o terrorismo. O senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, lembrou que lutou para que os projetos não fossem aprovados às pressas por causa da Copa do Mundo. 

(Paulo Paim) Diziam para nós aqui que se não aprovasse aquele projeto ia ser um caos a Copa em matéria de desastre, agressões e terrorismo. A Copa passou, o projeto não foi aprovado e não houve nada daquilo que os pregadores do caos diziam que ia acontecer em matéria de violência contra os nosso convidados que vieram assistir à Copa no Brasil. Claro que a manifestação, num cenário internacional, é legítima. Isso aconteceu na África do Sul, aconteceu nos outros países. 

(Repórter) Os convidados denunciaram também repressão e violência contra grevistas, como os 42 metroviários que foram demitidos em São Paulo por paralisações próximas ao mundial. Paim disse que vai enviar um ofício ao governo paulista pedindo a readmissão dos trabalhadores.
14/07/2014, 01h32 - ATUALIZADO EM 14/07/2014, 01h32
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