Parlasul debaterá financiamento brasileiro à construção de porto no Uruguai — Rádio Senado

Parlasul debaterá financiamento brasileiro à construção de porto no Uruguai

LOC: O PARLAMENTO DO MERCOSUL VAI DISCUTIR COM O PRESIDENTE DO URUGUAI, JOSE MUJICA, O FINANCIAMENTO BRASILEIRO À CONSTRUÇÃO DE MAIS UM GRANDE PORTO, DESTA VEZ NO PAÍS VIZINHO.  

LOC: O FINANCIAMENTO PODE CHEGAR A UM BILHÃO DE DÓLARES E A REUNIÃO ESTÁ MARCADA PARA O DIA SETE DE JULHO, COMO INFORMA O VICE-PRESIDENTE DO PARLASUL, SENADOR ROBERTO REQUIÃO. CONFIRA NA REPORTAGEM DE SERGIO VIEIRA. 

(Repórter) Depois do polêmico financiamento ao porto de Mariel em Cuba, outra grande obra de infra-estrutura entra na pauta visando à integração regional. Trata-se da construção do Porto de Águas Profundas na cidade de Rocha, no Uruguai. O tema vai ser tratado entre os representantes brasileiros no Parlasul, o Parlamento do Mercosul, e o próprio presidente uruguaio, José Mujica, no dia 7 de julho, quando o Parlamento voltará a se reunir. O Uruguai confia no financiamento do Brasil, que poderá se dar por meio do BNDES ou do Fundo Estrutural do Mercosul, para tocar grande parte da obra. O total do financiamento pode chegar a um bilhão de dólares. Mujica esteve na segunda-feira no Parlasul, quando falou sobre a importância da obra. A reunião chegou a ser interrompida por 3 horas devido a uma ameaça de bomba, como informa o vice-presidente do Parlamento, senador Roberto Requião do PMDB do Paraná. 

(Roberto Requião) Eu por exemplo acho que a ameaça de bomba partiu dos movimentos ambientalistas uruguaios. Porque o lugar é um lugar belíssimo, e o Uruguai não tem cargas para justificar a existência deste porto. 

(Repórter) Roberto Requião questiona a necessidade de um grande porto no litoral uruguaio. Para o senador brasileiro, não há demanda que justifique a obra, a não ser o privilégio a uma mineradora indiana instalada no Uruguai. 

(Roberto Requião) Ele contabilizou cargas argentinas. A Argentina diz que não, que as cargas argentinas sairão pelo território e pelos portos argentinos. Mas o que existe é uma concessão de uma mineração de ferro para um grupo indiano, que precisaria do porto. Então é isto que nós temos que discutir: vale a pena o Brasil participar de um financiamento que na verdade vai privilegiar uma mineradora indiana no Uruguai? 

(Repórter) Os defensores da obra argumentam ainda que ela irá beneficiar a exportação de produtos brasileiros, já que o porto ficará a apenas 84 quilômetros da fronteira com o Brasil. Mas esta alternativa também tem a oposição de concessionários de portos dentro do nosso território, como por exemplo o Porto de Rio Grande, um dos maiores do Brasil e que fica no Rio Grande do Sul.
10/06/2014, 04h38 - ATUALIZADO EM 10/06/2014, 04h38
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