Senado lembra comício das reformas realizado por João Goulart
LOC: O SENADO FEDERAL REALIZOU NESTA SEXTA-FEIRA UMA SESSÃO ESPECIAL PARA LEMBRAR O COMÍCIO DAS REFORMAS, REALIZADO PELO EX-PRESIDENTE JOÃO GOULART.
LOC: O ATO ACONTECEU EM 1964, MESMO ANO EM QUE JANGO FOI DEPOSTO DO MANDATO. A REPORTAGEM É DE LUCYENNE LANDIM.
(Repórter) O Comício das Reformas, feito pelo ex-presidente João Goulart, aconteceu em treze de março de mil novecentos e sessenta e quatro, na Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Naquele dia, ele anunciou, para mais de duzentas mil pessoas, a assinatura do decreto que prometia alterações nas áreas bancária, eleitoral, administrativa e universitária, as chamadas reformas de base. Jango ainda anunciou mudanças no setor agrário.
(João Goulart) Não há ameaça mais séria à democracia do que tentar estrangular a voz do povo, fazendo calar suas reivindicações. Estaríamos assim ameaçando o regime se nos mostrássemos surdos aos reclamos da nação, que de norte a sul, de leste a oeste, levantam seu grande clamor pelas reformas de base e de estrutura, sobretudo, pela reforma agrária.
(Repórter) Pouco mais de duas semanas depois desse discurso, o então presidente foi deposto pelo Golpe Militar. Na sessão especial que comemorou o cinquentenário do Comício, o filho de Jango, João Vicente Goulart, lembrou uma frase do pai na qual ele dizia que, para um país evoluir, precisa dar atenção ao seu povo.
(João Vicente Goulart) Jango, já no exílio, dizia: um país mais rico não é aquele que tem um PIB maior, que exporta mais, que tem uma balança comercial favorável. Um país mais rico é aquele aonde o seu povo tem um índice de desenvolvimento melhor, aonde as crianças estão melhor cuidadas, aonde as oportunidades são idênticas para todos.
(Repórter) A sessão especial foi solicitada pelo senador Randolfe Rodrigues, do PSOL do Amapá. Ele repudiou as atitudes do governo militar e afirmou que, até hoje, o Brasil não se recuperou do golpe. Randolfe destacou ainda que a cerimônia não é somente para relembrar o passado.
(Randolfe Rodrigues) Mais do que homenagear o passado, é um evento para apontar para o futuro. É um evento para destacar o Brasil que vivíamos, eram jovens sonhadores com um Brasil, não que poderia dar certo, mas com um Brasil que tinham certeza que poderiam dar certo.
(Repórter) No fim do ano passado, o Congresso Nacional restituiu simbolicamente o mandato de João Goulart.
LOC: O ATO ACONTECEU EM 1964, MESMO ANO EM QUE JANGO FOI DEPOSTO DO MANDATO. A REPORTAGEM É DE LUCYENNE LANDIM.
(Repórter) O Comício das Reformas, feito pelo ex-presidente João Goulart, aconteceu em treze de março de mil novecentos e sessenta e quatro, na Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Naquele dia, ele anunciou, para mais de duzentas mil pessoas, a assinatura do decreto que prometia alterações nas áreas bancária, eleitoral, administrativa e universitária, as chamadas reformas de base. Jango ainda anunciou mudanças no setor agrário.
(João Goulart) Não há ameaça mais séria à democracia do que tentar estrangular a voz do povo, fazendo calar suas reivindicações. Estaríamos assim ameaçando o regime se nos mostrássemos surdos aos reclamos da nação, que de norte a sul, de leste a oeste, levantam seu grande clamor pelas reformas de base e de estrutura, sobretudo, pela reforma agrária.
(Repórter) Pouco mais de duas semanas depois desse discurso, o então presidente foi deposto pelo Golpe Militar. Na sessão especial que comemorou o cinquentenário do Comício, o filho de Jango, João Vicente Goulart, lembrou uma frase do pai na qual ele dizia que, para um país evoluir, precisa dar atenção ao seu povo.
(João Vicente Goulart) Jango, já no exílio, dizia: um país mais rico não é aquele que tem um PIB maior, que exporta mais, que tem uma balança comercial favorável. Um país mais rico é aquele aonde o seu povo tem um índice de desenvolvimento melhor, aonde as crianças estão melhor cuidadas, aonde as oportunidades são idênticas para todos.
(Repórter) A sessão especial foi solicitada pelo senador Randolfe Rodrigues, do PSOL do Amapá. Ele repudiou as atitudes do governo militar e afirmou que, até hoje, o Brasil não se recuperou do golpe. Randolfe destacou ainda que a cerimônia não é somente para relembrar o passado.
(Randolfe Rodrigues) Mais do que homenagear o passado, é um evento para apontar para o futuro. É um evento para destacar o Brasil que vivíamos, eram jovens sonhadores com um Brasil, não que poderia dar certo, mas com um Brasil que tinham certeza que poderiam dar certo.
(Repórter) No fim do ano passado, o Congresso Nacional restituiu simbolicamente o mandato de João Goulart.
