CNV pede apoio para prorrogar trabalhos até final de 2014 — Rádio Senado

CNV pede apoio para prorrogar trabalhos até final de 2014

LOC: COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE PEDE O APOIO DO CONGRESSO PARA PRORROGAR OS TRABALHOS ATÉ O FINAL DE 2014. 

LOC: INTEGRANTES DA COMISSÃO ESTIVERAM NESTA TERÇA NO SENADO PARA FALAR SOBRE AS INVESTIGAÇÕES. REPÓRTER NILO BAIRROS:  

(Repórter) A Comissão Nacional da Verdade foi instalada em maio do ano passado, com previsão de dois anos para apresentar suas conclusões. A tarefa inclui o relato sobre as circunstâncias e os responsáveis, civis e militares, pelas violações de Direitos Humanos ocorridas entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988. Os integrantes da comissão explicaram que os trabalhos estão bem adiantados, mas defenderam mais tempo para sistematizar informações e redigir o relatório. O jurista Pedro Dallari explicou aos senadores que o pedido já foi feito à presidente Dilma Rousseff. Mas, como lembrou Dallari, para estender o funcionamento da Comissão é preciso que o Congresso aprove um projeto: 

(Pedro Dallari) Essa matéria obviamente terá que ter a apreciação do senado e da câmara, já que modifica dispositivo de lei, e esta é uma colaboração que o Senado e esta comissão, que reúne senadores que tem identidade e mais, autoridade nesta luta, esta é uma colaboração que o senado e a comissão podem nos dar. 

(Repórter) Para acelerar os trabalhos, a Comissão Nacional da Verdade foi dividida em 13 grupos, entre eles o que investigou a perseguição a militares por parte do regime, e até um que analisou o assassinato de indígenas nesse período. Já são cerca de 500 depoimentos, além de vários encontros com comissões da verdade instaladas por estados, municípios e até por sindicatos e outras entidades sociais. O senador João Capiberibe, do PSB do Amapá, defendeu que o debate seja feito também dentro das instituições militares e que os nomes dos responsáveis pelas violações na época da ditadura deixem de ser protegidos: 

(João Capiberibe) Ainda hoje nós enfrentamos grandes dificuldades na construção da democracia em nosso país. O Brasil é de fato um país conservador, que se aferra às estruturas mais injustas e nós temos enormes dificuldades para avançar, foi o último país a libertar os escravos, é o único país da América latina a não fazer a reforma agrária, enfim, é um país que ainda protege os que mataram e torturaram durante a ditadura. 

(Repórter) O debate foi realizado pela Subcomissão Permanente da Memória, Verdade e Justiça, que faz parte da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa.
26/11/2013, 08h07 - ATUALIZADO EM 26/11/2013, 08h07
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