CRA debate relação entre uso de pesticidas e redução da população de abelhas — Rádio Senado

CRA debate relação entre uso de pesticidas e redução da população de abelhas

LOC: A COMISSÃO DE AGRICULTURA E REFORMA AGRÁRIA DISCUTIU NESTA QUINTA-FEIRA UMA POSSÍVEL RELAÇÃO ENTRE O USO DE PESTICIDAS E A REDUÇÃO DA POPULAÇÃO DE ABELHAS POLINIZADORAS.

LOC: REPRESENTANTES DA INDÚSTRIA DE AGROTÓXICOS, DO IBAMA, ANVISA, DO GOVERNO E DE AGRICULTORES PARTICIPARAM DO DEBATE. REPÓRTER BRUNO LOURENÇO. 

TÉC: O fenômeno conhecido como Colapso de Desordem das Colmeias preocupou entidades europeias, dos Estados Unidos e do Canadá. Segundo a FAO, organização das Nações Unidas para alimentação e agricultura, 71 por cento das espécies vegetais utilizadas como alimentos e cerca de 4 mil espécies de plantas existem graças a polinização das abelhas. Alguns países da União Europeia chegaram a proibir uma classe de pesticida derivada da nicotina por suspeitar que ela fosse a responsável pelo desaparecimento das abelhas. O Brasil tomou medida semelhante por 3 meses. Sílvia Fagnani, do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola, entretanto, garantiu que a situação na Europa e América do Norte não tem nada a ver com o Brasil. 

(SÍLVIA): Primeiro porque as abelhas são diferentes. A abelha na América do Norte e Europa é a raça européia, é domesticada, enquanto no brasil a predominância é a africanizada, muito mais resistente. 

(REP): Ainda segundo Sílvia, as abelhas não encontram aqui a mesma dificuldade de alimentação do hemisfério norte. Leonardo Machado, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, concordou que os neonicotinóides são importantes para a produção de alimentos e é preciso tomar cuidado antes de proibir esses defensivos. Mas representantes do Ministério da Agricultura e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária alertaram para o uso incorreto do pesticida. A senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul, que pediu a audiência pública, também se mostrou preocupada com a questão do manejo inadequado dos agrotóxicos. 

(ANA AMÉLIA): Os mecanismos de maior eficácia e eficiência na aplicação desses defensivos, para evitar as contaminações, que são efeitos colaterais indesejáveis do mau manejo desses produtos. 

(REP): Sílvia Fagnani disse que a indústria está investindo para ensinar a aplicação correta dos produtos, o que não se pode é proibir toda uma classe de defensivos por conta do mau uso. Segundo Márcio de Freitas, da área de Controle de Substâncias Químicas do Ibama, não há no Brasil registros oficiais do Colapso da Desordem das Colmeias, apenas duas suspeitas.
22/08/2013, 01h55 - ATUALIZADO EM 22/08/2013, 01h55
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