Ipea aponta renúncia fiscal como responsável pela falta de dinheiro para o SUS — Rádio Senado

Ipea aponta renúncia fiscal como responsável pela falta de dinheiro para o SUS

LOC: A COMISSÃO TEMPORÁRIA QUE ESTUDA FORMAS DE FINANCIAR A SAÚDE NO BRASIL OUVIU NESTA QUINTA-FEIRA DOIS REPRESENTANTES DO IPEA, INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. 

LOC: OS PESQUISADORES APONTARAM A RENÚNCIA FISCAL EM BENEFÍCIO DA SAÚDE PRIVADA COMO UMA DAS RESPONSÁVEIS PELA FALTA DE DINHEIRO PARA O SUS. REPÓRTER BRUNO LOURENÇO. 

TÉC: Luciana Mendes Santos Servo mostrou a senadores que a maior parte do gasto com saúde no brasil vem do setor privado. Dos 8,5% do PIB investidos, 4,9% são da iniciativa privada e apenas 3,6% do poder público. Ela apontou que essa proporção poderia ser invertida, por exemplo, com uma nova fonte de financiamento, como a CPMF, ou menos renúncia fiscal. Luciana destacou que apenas com a dedução de gastos com saúde no imposto de renda de pessoas físicas e jurídicas o governo deixa de arrecadar 16 bilhões de reais por ano. 

(LUCIANA): Essa discussão passa por qual é a priorização do recurso público. Ao dar a renúncia, estou dizendo que não estou priorizando o SUS. Estou dizendo que essa priorização está indo para um segmento da população que hoje tem mais alta renda e pra um setor que atende uma parcela pequena da população. Pequena eu não diria mas é muito menor do que a população atende. 

(REPÓRTER): Luciana lembrou ainda que durante a discussão sobre a partilha do dinheiro do pré-sal o SUS ficou de lado. O relator da comissão temporária que estuda formas de financiar a saúde, senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, no entanto, já antecipou que não considera viável o fim das deduções no imposto de renda por conta da percepção que a população tem do Sistema Único de Saúde. 

(HUMBERTO): O grande problema do SUS é que ele hoje não tem legitimidade junto à população para que essa população se mobilize pelo SUS. Ao contrário, o sonho de todo mundo obrigado a utilizar o SUS é sair dele. as pessoas não lembram que quem dá remédio para doenças raras é o sus, quem faz transplante, hemodiálise etc. 

(REPÓRTER): Outro pesquisador, Edvaldo Batista de Sá, reforçou o pedido para que a questão dos benefícios dados ao setor privado com dinheiro que poderia ir pra saúde pública seja levada em conta pela comissão. O grupo de trabalho vai ouvir nas próximas reuniões representantes de trabalhadores, das empresas e do governo federal.
09/05/2013, 01h05 - ATUALIZADO EM 09/05/2013, 01h05
Duração de áudio: 02:04
Ao vivo
00:0000:00