Comissão volta a pedir demarcação de terras para índios Guarani-Kaiowá — Rádio Senado

Comissão volta a pedir demarcação de terras para índios Guarani-Kaiowá

LOC: A COMISSÃO DO SENADO QUE ANALISA AS DISPUTAS DE TERRAS ENTRE ÍNDIOS E FAZENDEIROS NO MATO GROSSO DO SUL VOLTARÁ A PEDIR A DEMARCAÇÃO PARA OS GUARANI-KAIOWÁ. 

LOC: ISSO PORQUE CENTENAS DE ÍNDIOS OCUPARAM A FAZENDA "SARDINHA" APÓS A TORTURA E MORTE DE UM ADOLESCENTE. A REPORTAGEM É DE SERGIO VIEIRA.  

TÉC: No sábado o jovem Denilson Quevedo, índio Guarani-Kaiowá de 15 anos e morador da aldeia "Tey’ikue", saiu com 2 amigos para pescar no córrego Mbope’i, prática comum entre eles. O problema é que recentemente este córrego, assim como outros lugares da região sudoeste do Mato Grosso do Sul, tem sido alvo de disputas entre os indígenas e os fazendeiros. Os jovens acabaram sendo abordados por pistoleiros e conseguiram fugir a tempo, com a exceção de Denílson, que foi morto com 3 tiros próximo ao córrego, que fica dentro da fazenda “Sardinha”. Este crime revoltou a comunidade dos Guarani-Kaiowá. Os índios invadiram a fazenda e voltaram a pedir a demarcação de suas terras. Eles afirmam que Denílson também teria sido torturado antes de ser morto, pois seu corpo apresentava sinais de espancamento. Este crime também revoltou o senador João Capiberibe, do PSB do Amapá. O parlamentar é membro da Comissão Externa que analisa as demarcações de terras no país. Capiberibe afirmou que agora quer que a Comissão volte a intermediar as discussões entre o Ministério da Justiça e os moradores da região. 

(JOÃO CAPIBERIBE): Não é possível a gente continuar convivendo com a barbárie. Nosso país não pode se credenciar como país desenvolvido, como país democrático, lidando com assassinatos, com tortura de indígenas. Isto aí é inaceitável. Procurar reunir a Comissão para que em conjunto cobrar do Ministério da Justiça uma ação enérgica, incluindo aí aquilo que está pendente que é o reconhecimento das terras indígenas e a devolução destas terras às comunidades indígenas. 

(REP): Os conflitos por causa da posse de terras no Mato Grosso do Sul já provocaram a morte de 270 lideranças dos índios Guarani-Kaiowá.
20/02/2013, 01h24 - ATUALIZADO EM 20/02/2013, 01h24
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