Produtores pedem que governo libere pulverização aérea em plantações de soja e algodão — Rádio Senado

Produtores pedem que governo libere pulverização aérea em plantações de soja e algodão

LOC: PRODUTORES AGRÍCOLAS PEDEM AO GOVERNO QUE LIBERE A PULVERIZAÇÃO AÉREA DE INSETICIDAS NAS PLANTAÇÕES DE SOJA E DE ALGODÃO. 

LOC: EM DEBATE NESTA QUINTA-FEIRA NO SENADO, ESPECIALISTAS NÃO CHEGARAM A UM ACORDO SOBRE O EFEITO DOS AGROTÓXICOS NAS COLÔNIAS DE ABELHAS. A REPORTAGEM É DE ADRIANO FARIA: 

TÉC: As abelhas foram o centro da atenção na audiência pública da Comissão de Agricultura que discutiu a proibição da aplicação de inseticidas por aviões em plantações de algodão e de soja. A proteção desses insetos foi o que motivou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis a editar a medida. Segundo Márcio de Freitas, da área de Controle de Substâncias Químicas do Ibama, estudos indicam que os inseticidas vetados seriam os responsáveis por um problema conhecido como desordem de colapso de colmeias. 

(FREITAS) Nós temos alguns indícios, suspeitas, tanto no Sul quanto no Nordeste, de ocorrência do fenômeno, mas não há comprovação em relação a isso. No entanto, é preciso que nós fiquemos alertas porque esse é um problema que dizimou os enxames na Europa e nos Estados Unidos e motivou uma série de ações no mundo inteiro. 

(REPÓRTER) Paulo Eduardo Degrande, professor da Universidade Federal de Dourados, em Mato Grosso do Sul, contesta a proibição do Ibama. Ele não vê a pulverização aérea como fator de risco para as abelhas. 

(DEGRANDE) No Brasil, o risco de mortandade de abelhas em larga escala, e a restrição das aplicações aéreas dos ingredientes ativos imidacloprido, tiametoxan, clotianidina e fipronil não procedem, em função da inexpressividade desses polinizadores no sistema de produção nacional de soja e de algodão, especialmente no cerrado. 

(REPÓRTER) Diante das reclamações dos produtores de algodão e de soja, o governo já sinalizou que vai suspender provisoriamente a proibição até que sejam concluídos novos estudos. Mas o senador Cidinho Santos, do PR de Mato Grosso, disse que os agricultores não podem conviver com a incerteza. 

(CIDINHO) Os contratos são feitos com quatro ou cinco anos, as pessoas já estão trabalhando aqui com contratos para 2014, 2015. Então nós temos que achar uma solução que seja definitiva para dar segurança aos nossos produtores rurais. 

(REPÓRTER) Segundo Luís Eduardo Rangel, do Ministério da Agricultura, existem outros agrotóxicos no mercado que poderiam substituir os produtos sob suspeição. Os produtores alegam que outras substâncias são menos eficientes para combater pragas e mais prejudicais à saúde humana.
13/12/2012, 00h38 - ATUALIZADO EM 13/12/2012, 00h38
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