Bancadas do RJ e ES se mobilizam contra a sanção do projeto — Rádio Senado

Bancadas do RJ e ES se mobilizam contra a sanção do projeto

LOC: AS BANCADAS DO RIO DE JANEIRO E DO ESPÍRITO SANTO SE MOBILIZAM CONTRA A SANÇÃO DO PROJETO QUE TRATA DO RATEIO DOS ROYALTIES DO PETRÓLEO. 

LOC: OS SENADORES DOS ESTADOS QUE RECEBERÃO OS RECURSOS COMEMORARAM A VOTAÇÃO DA PROPOSTA PELA CÂMARA DOS DEPUTADOS. 

(Repórter) O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei já votado pelo Senado que trata do rateio dos royalties do petróleo. Segundo a proposta, os recursos serão repassados para todos os municípios mesmo que não tenham jazidas. Mas as bancadas dos chamados estados produtores se articulam contra o projeto. Os senadores do Rio de Janeiro e do Espírito Santo alegam que terão perdas financeiras já que a nova regra inclui no rateio poços licitados. O senador Lindbergh Faria do PT fluminense adiantou que vai recorrer à presidente Dilma Rousseff para vetar alguns artigos. 

(Lindbergh Faria) Acho que não resta outro caminho a não ser o veto da presidenta Dilma. O projeto com muitas inconsistências. A projeção que fizeram para dizer que estados e municípios não iam perder aqui foi superestimada. Eles disseram que até 2020 entrariam R$ 79 bilhões de participações governamentais. O Plano de Negócios da Petrobrás fala em R$ 59 bilhões. (Repórter) O senador Sérgio Souza do PMDB do Paraná negou inconstitucionalidade no projeto quanto aos contratos licitados. 

(Sérgio Souza) O fato de ter havido a licitação não quer dizer que os royalties já existam. São explorações futuras que vão ocorrer. Não sabemos nem a quantidade de petróleo que tem lá nessas regiões licitadas. Não vejo maiores problemas em relação a isso. 

(Repórter) O senador Ricardo Ferraço do PMDB capixaba, ressaltou que os estados produtores não são contrários ao rateio, apenas questionam a distribuição dos royalties de contratos já firmados e destacam que não haverá compensação legal pela exploração do petróleo. 

(Ricardo Ferraço) Não somos egoístas. Achamos que a proposta mais equilibrada era a que implicava na equação de abrirmos mão de receitas eventualmente futuras. Mas não foi isso que a Câmara fez. Não estou debatendo apenas o critério de distribuição mas de alocação que vai permitir a banalização e a politicagem em torno da aplicação desses recursos. 

(Repórter) O senador Pedro Taques do PDT de Mato Grosso lamentou que os estados produtores ameacem recorrer ao Supremo contra o projeto. 

(Pedro Taques) Os estados produtores vão recorrer porque estão sendo egoísticos. Temos que entender que o petróleo não é apenas dos estados produtores. É lógico que eles têm maiores gastos com concretização de políticas públicas em função da própria produção. Mas o petróleo pertence à República Federativa do Brasil. 

(Repórter) Durante passagem pelo Senado, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, disse que a presidente Dilma Rousseff não adiantou se vai sancionar ou vetar o projeto integral ou parcialmente.
07/11/2012, 08h41 - ATUALIZADO EM 07/11/2012, 08h41
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