CDH vai debater situação dos índios Guarani-Kaiowá
LOC: A SITUAÇÃO DOS ÍNDIOS GUARANI-KAIOWÁS, AMEAÇADOS DE EXPULSÃO DE SUAS TERRAS TRADICIONAIS EM MATO GROSSO DO SUL, SERÁ DEBATIDA EM AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS.
LOC: A INFORMAÇÃO É DO PRESIDENTE DA COMISSÃO, SENADOR PAULO PAIM, DO PT GAÚCHO, QUE ESTÁ PREOCUPADO COM A AMEAÇA DE MORTE COLETIVA DESSES INDÍGENAS. REPÓRTER CELSO CAVALCANTI.
(Repórter) A área em que vivem os 170 membros da etnia Guarani-Kaiowá, na região de Dourados, Mato Grosso do Sul, é disputada há décadas por índios e fazendeiros. No final de setembro, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região determinou a reintegração de posse, com a retirada das famílias indígenas do local. Em carta divulgada por suas lideranças, os índios manifestaram a intenção de lutar até o fim pelas terras que, segundo eles, sempre pertenceram a seus antepassados. A mensagem foi interpretada na imprensa e nas redes sociais como uma ameaça de suicídio coletivo. Nesta terça-feira, o Conselho Indigenista Missionário, vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, negou que haja, na carta, menção a essa hipótese, mas, sim, à possibilidade de morte em massa dos índios. A entidade, porém, alertou para a gravidade da crise dos Guarani-Kaiowás, que segundo ela vivem confinados, sem perspectivas, e em situação de intensa violência. Nesta quarta-feira, o senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, anunciou que o assunto será discutido em caráter de urgência pela Comissão de Direitos Humanos, presidida por ele.
(Paulo Paim) Podemos ter lá uma matança, um assassinato coletivo, ou genocídio, não importa o nome, o que importa é que homens e mulheres índios poderão perder a vida devido ao conflito lá instalado. Na segunda-feira tem sessão da Comissão de Direitos Humanos e vou aprovar um requerimento chamando uma audiência pública com urgência, ainda quem sabe na própria semana, chamando todas as partes envolvidas e naturalmente com isso contribuir para uma saída do conflito.
(Repórter) Também o presidente da Comissão de Meio Ambiente, senador Rodrigo Rollemberg, do PSB do Distrito Federal, se mostrou preocupado com a situação dos Guarani-Kaiowás.
(Rodrigo Rollemberg) Um verdadeiro massacre cotidiano com ameaças de morte e assassinatos crueis que fazem desse povo referência de um dos piores quadros de violação dos direitos humanos no país. Eles se encontram há décadas numa situação de colapso, sem poder viver segundo a sua cultura, totalmente encurralados, imersos numa natureza degradada, corrido pelo alcoolismo dos adultos e pela subnutrição das crianças, os índices de homicídios da reserva são maiores do que em zonas em estado de guerra.
(Repórter) Conforme o Conselho Indigenista Missionário, entre os anos de 2000 e 2011 ocorreram mais de 550 suicídios de índios Guarani-Kaiowas, porém nenhum deles de maneira coletiva, organizada e anunciada.
LOC: A INFORMAÇÃO É DO PRESIDENTE DA COMISSÃO, SENADOR PAULO PAIM, DO PT GAÚCHO, QUE ESTÁ PREOCUPADO COM A AMEAÇA DE MORTE COLETIVA DESSES INDÍGENAS. REPÓRTER CELSO CAVALCANTI.
(Repórter) A área em que vivem os 170 membros da etnia Guarani-Kaiowá, na região de Dourados, Mato Grosso do Sul, é disputada há décadas por índios e fazendeiros. No final de setembro, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região determinou a reintegração de posse, com a retirada das famílias indígenas do local. Em carta divulgada por suas lideranças, os índios manifestaram a intenção de lutar até o fim pelas terras que, segundo eles, sempre pertenceram a seus antepassados. A mensagem foi interpretada na imprensa e nas redes sociais como uma ameaça de suicídio coletivo. Nesta terça-feira, o Conselho Indigenista Missionário, vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, negou que haja, na carta, menção a essa hipótese, mas, sim, à possibilidade de morte em massa dos índios. A entidade, porém, alertou para a gravidade da crise dos Guarani-Kaiowás, que segundo ela vivem confinados, sem perspectivas, e em situação de intensa violência. Nesta quarta-feira, o senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, anunciou que o assunto será discutido em caráter de urgência pela Comissão de Direitos Humanos, presidida por ele.
(Paulo Paim) Podemos ter lá uma matança, um assassinato coletivo, ou genocídio, não importa o nome, o que importa é que homens e mulheres índios poderão perder a vida devido ao conflito lá instalado. Na segunda-feira tem sessão da Comissão de Direitos Humanos e vou aprovar um requerimento chamando uma audiência pública com urgência, ainda quem sabe na própria semana, chamando todas as partes envolvidas e naturalmente com isso contribuir para uma saída do conflito.
(Repórter) Também o presidente da Comissão de Meio Ambiente, senador Rodrigo Rollemberg, do PSB do Distrito Federal, se mostrou preocupado com a situação dos Guarani-Kaiowás.
(Rodrigo Rollemberg) Um verdadeiro massacre cotidiano com ameaças de morte e assassinatos crueis que fazem desse povo referência de um dos piores quadros de violação dos direitos humanos no país. Eles se encontram há décadas numa situação de colapso, sem poder viver segundo a sua cultura, totalmente encurralados, imersos numa natureza degradada, corrido pelo alcoolismo dos adultos e pela subnutrição das crianças, os índices de homicídios da reserva são maiores do que em zonas em estado de guerra.
(Repórter) Conforme o Conselho Indigenista Missionário, entre os anos de 2000 e 2011 ocorreram mais de 550 suicídios de índios Guarani-Kaiowas, porém nenhum deles de maneira coletiva, organizada e anunciada.