Presidência temporária do bloco comunica suspensão do Paraguai — Rádio Senado

Presidência temporária do bloco comunica suspensão do Paraguai

LOC: A PRESIDÊNCIA TEMPORÁRIA BRASILEIRA DO MERCOSUL COMUNICOU OFICIALMENTE À REPRESENTAÇÃO DO BRASIL NO PARLASUL QUE O DIREITO DO PARAGUAI DE PARTICIPAR DOS ÓRGÃOS DO BLOCO REGIONAL ESTÁ SUSPENSO. 

LOC: MAS NÃO HÁ PREVISÃO DE REINÍCIO DAS SESSÕES DO PARLAMENTO REGIONAL, COM SEDE EM MONTEVIDEU. AS INFORMAÇÕES COM A REPÓRTER NARA FERREIRA: 

TÉC: O ofício, assinado pelo coordenador brasileiro do Grupo Mercado Comum, embaixador Antonio Simões, informa que a suspensão teve por base o Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático. A decisão foi tomada pelos governos do Brasil, Argentina e Uruguai depois do impeachment do ex-presidente paraguaio Fernando Lugo pelo Congresso daquele país. A rapidez do afastamento de Lugo da presidência foi considerada um golpe no processo democrático. A expectativa é de que os paraguaios voltem ao bloco regional após as eleições presidenciais, marcadas para abril do ano que vem. Foi o que afirmou o presidente da representação brasileira no Parlasul, senador Roberto Requião, do PMDB do Paraná: 

(REQUIÃO) O Paraguai voltará ao Mercosul, mas com democracia interna, com eleição limpa. 

(REP) O documento também informa oficialmente que a Venezuela assumiu a condição de Estado Parte do Mercosul, com todos os direitos e obrigações dos outros países do bloco. Para o ingresso definitivo da Venezuela faltava a aprovação do Congresso paraguaio. Mas com a suspensão do Paraguai, a adesão venezuelana foi consumada. A decisão dividiu a opinião de senadores da Comissão de Relações Exteriores. Para Francisco Dornelles, do PP do Rio de Janeiro, foi um erro diplomático: 

(DORNELLES) A decisão do Brasil em relação ao Paraguai foi uma das mais tristes da diplomacia brasileira, em franco contraste com sua tradição de autonomia, de defesa do princípio da não intervenção. 

(REP) Já Roberto Requião lembrou que a Venezuela tem um produto interno bruto que ultrapassa 300 bilhões de dólares, um mercado comprador que vai dar oxigênio para as economias do Brasil e Argentina. 

(REQUIÃO 2) A entrada da Venezuela mais do que um problema da democracia é um imperativo geopolítico para sobrevivência do Brasil como economia. 

(REP) Ainda não está definida a data da próxima sessão do Parlasul, em Montevideu, para a posse dos parlamentares venezuelanos. Também falta determinar o número de assentos a serem ocupados pela Venezuela no Parlasul. Hoje o Brasil tem 37, a Argentina 26 e o Uruguai 18 membros, mesmo número que tinha o Paraguai antes da suspensão.
16/08/2012, 01h01 - ATUALIZADO EM 16/08/2012, 01h01
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