Patriota diz que suspensão do Paraguai preserva cláusulas democráticas — Rádio Senado

Patriota diz que suspensão do Paraguai preserva cláusulas democráticas

LOC: MINISTRO ANTÔNIO PATRIOTA DIZ QUE O BRASIL, ARGENTINA E URUGUAI SUSPENDERAM O PARAGUAI DO MERCOSUL PARA PRESERVAR AS CLÁUSULAS DEMOCRÁTICAS EXIGIDAS PELO PROTOCOLO DE USHUAIA.

LOC: PATRIOTA ESTEVE NA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DEFESA NACIONAL NA MANHÃ DESTA QUARTA-FEIRA PARA EXPLICAR O POSICIONAMENTO DO GOVERNO BRASILEIRO FRENTE À SITUAÇÃO POLÍTICA DO PARAGUAI, APÓS O IMPEACHMENT DE FERNANDO LUGO. AS INFORMAÇÕES COM A REPÓRTER NARA FERREIRA:

(REPÓRTER) O chanceler brasileiro Antônio Patriota afirmou que com o impeachment do presidente Fernando Lugo, em 22 de junho, o Congresso paraguaio rompeu o protocolo de Ushuaia, que exige plena vigência das instituições democráticas para os processos de integração no Mercosul.

(ANTÔNIO PATRIOTA) O que se verificou foi uma ruptura democrática realizada com o objetivo de destituir um presidente que havia sido eleito pela vontade do povo e que vinha promovendo o crescimento econômico, o combate a corrupção. A destituição se fez por meio da aplicação de um procedimento sumário.

(REPÓRTER) Patriota disse que o Paraguai tem importância estratégica para o Brasil. E lembrou que em 2011 as exportações brasileiras para o Paraguai foram de cerca de 3 bilhões de dólares, com superávit de 2,2 bilhões. Ele destacou o acordo que triplicou o valor da remuneração da energia de Itaipu adquirida do Paraguai. Para o chanceler, a decisão de admitir a Venezuela no Mercosul vai fortalecer o bloco.

(ANTÔNIO PATRIOTA) A Venezuela tem o quarto maior PIB da America do sul, é o quarto país mais populoso da região e com sua entrada no Mercosul, o PIB do bloco passa de 3 trilhões, para 3.3 trilhões, um crescimento de cerca de 10 por cento. A Venezuela representa ainda um mercado de grande potencial para os parceiros do Mercosul, com quase 30 milhões de consumidores.

(REPÓRTER) O senador Francisco Dornelles, do PP do Rio de janeiro, um dos autores do pedido para a audiência pública, criticou duramente a posição diplomática do Brasil.

(FRANCISCO DORNELLES) A decisão do Brasil em relação ao Paraguai foi uma das mais tristes da diplomacia brasileira, em franco contraste com sua tradição de autonomia, de defesa do princípio da não intervenção, de defesa do princípio da não intervenção – a diplomacia de estado cedeu lugar a diplomacia de governo, perigosamente instável.

(REPÓRTER) Para o senador Aloysio Nunes, do PSDB de São Paulo, o golpe foi praticado não pelo Paraguai, mas pelos outros membros do Mercosul.

(ALOYSIO NUNES) foi praticado um golpe digamos digno de um grêmio estudantil de quinta categoria, no mesmo tempo que suspende, decide pelo ingresso de um país, a venezuela, sob o signo da democracia, um país cujo ingresso vinha sendo obstaculizado pelo congresso paraguaio. 

(REPÓRTER) Já o senador Roberto Requião, presidente da representação brasileira no Mercosul, elogiou a postura brasileira.

(ROBERTO REQUIÃO) o Paraguai voltará ao Mercosul, mas com democracia interna e eleição limpa. e a entrada da Venezuela mais do que um problema da democracia é um imperativo geopolítico para a sobrevivência do Brasil como economia.

(REPÓRTER) Em reunião extraordinária na terça-feira a Organização dos Estados Americanos rejeitou a decisão de suspender o Paraguai do Mercosul e Unasul. E sugeriu que uma missão especial promova o dialogo e acompanhe as eleições gerais marcadas para abril de 2013.
11/07/2012, 01h40 - ATUALIZADO EM 11/07/2012, 01h40
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