Mercantilização da natureza é a principal crítica da Cúpula dos Povos — Rádio Senado

Mercantilização da natureza é a principal crítica da Cúpula dos Povos

LOC: A MERCANTILIZAÇÃO DA NATUREZA É A PRINCIPAL CRÍTICA DA CÚPULA DOS POVOS, EVENTO PARALELO A RIO MAIS VINTE, ORGANIZADO PELA SOCIEDADE CIVIL.
 
LOC: MILHARES DE PESSOAS ESTÃO REUNIDAS NO ATERRO DO FLAMENGO PARA PROTESTAR CONTRA A CHAMADA "ECONOMIA VERDE" E DEFINIR UM CONJUNTO DE PROPOSTAS DOS MOVIMENTOS SOCIAIS PARA O MEIO AMBIENTE. REPORTER RENINA VALEJO.
 
(Repórter) Indígenas, trabalhadores sem-terra, estudantes, sindicalistas, quilombolas, ambientalistas, feministas... É grande a diversidade de participantes na Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio mais vinte e que pretende ser um contraponto à conferência oficial. Segundo a organização do encontro, aproximadamente 15 mil pessoas estão reunidas no Aterro do Flamengo desde sexta-feira para definir as propostas da sociedade civil com base em três eixos: denunciar as causas da crise socioambiental, apresentar soluções práticas e fortalecer os movimentos sociais. Apesar da pluralidade de opiniões, todos criticam a chamada economia verde, um dos pilares da Conferência da ONU. O conceito é amplo e foi alvo de divergência entre os negociadores da Rio mais vinte, mas, de forma geral, trata-se de desenvolver maneiras de gerar riqueza sem agredir o meio ambiente, atribuindo valor econômico aos bens ambientais, o que os ativistas chamam de mercantilização da natureza. O senador João Capiberibe, do PSB do Amapá, acredita que a economia verde pode ser uma nova forma de protecionismo dos países.
 
(João Capiberibe) Os países ricos, por exemplo, propõe algo para perpetuar o colonialismo ecológico, ou seja, eles são detentores de patentes, são detentores de tecnologias que previnem ou que mitigam os impactos ambientais e se estabelecerem algumas regras, vão cercear e até fechar mais os seus mercados.
 
(Repórter) O cacique Sandro Potiguara, da Paraíba, critica a falta de participação popular na Rio mais Vinte que, segundo ele, não leva em conta os saberes tradicionais.
 
(Sandro Potiguara) Nós que somos os primeiros habitantes, que preserva tanto a terra, e hoje vem o pessoal para decidir uma coisa sem a participação de nós, indígenas. A gente ta aqui, várias lideranças, vários povos, a gente ta se reunindo para ver o que a gente pode fazer pelo nosso meio ambiente, que ta precisando.
 
(Repórter) Cerca de mil atividades devem acontecer até o final da semana, incluindo debates, protestos e eventos culturais. A principal mobilização está prevista para esta quarta-feira, quando chegam os chefes de Estado e representantes de governos de todo o mundo.
18/06/2012, 12h10 - ATUALIZADO EM 18/06/2012, 12h10
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