Agnelo abre mão dos sigilos para comprovar que não tem ligação com Cachoeira — Rádio Senado

Agnelo abre mão dos sigilos para comprovar que não tem ligação com Cachoeira

LOC: EM DEPOIMENTO À CPI DO CACHOEIRA, O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL ABRIU MÃO DOS SIGILOS PARA COMPROVAR QUE NÃO TEM LIGAÇÃO COM O CONTRAVENTOR CARLOS RAMOS. 

LOC: JÁ O GOVERNADOR DE GOIÁS COMUNICOU À COMISSÃO QUE DISPONIBILIZOU AS MESMAS INFORMAÇÕES. NA REUNIÃO DESTA QUINTA-FEIRA, SERÃO VOTADOS NOVOS REQUERIMENTOS. A REPORTAGEM É DE HÉRICA CHRISTIAN. 

(Repórter) Em mais de oito horas de depoimento à CPI do Cachoeira, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, do PT, respondeu a todas as perguntas apresentando documentos para negar qualquer relação com o contraventor Carlos Ramos. Ele afirmou que se encontrou com o bicheiro apenas uma vez durante visita a uma indústria farmacêutica em Anápolis quando foi diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa. Agnelo revelou que a construtora Delta só tem um contrato com o governo do Distrito Federal, que foi mantido por decisão judicial. O governador disse que desconhecia a proximidade de ex-assessores com Cachoeira, como Cláudio Monteiro, seu ex-chefe de gabinete. Para o petista, as denúncias contra ele são uma tentativa de retirá-lo do poder por não ter mantido contratos ou acatado indicações políticas do grupo de Cachoeira. 

(Agnelo Queiroz) Em abril de 2011, não conseguiram nomear um gari. Em junho de 2011, estavam contratando intermediário lobista e em outubro de 2011, pediram meu impeachment. A partir de janeiro deste ano, procuravam uma forma de me derrubar porque esse governo estava impedindo que o crime entrasse no DF, que fizesse negócio no DF, que tivesse favorecimento, que indicasse gente. Por isso, queriam me derrubar. 

(Repórter) Agnelo negou irregularidades na gestão à frente da Anvisa e do Ministério do Esporte. Ele explicou que a compra de uma mansão em Brasília foi feita com economias dele e da esposa. Para comprovar as declarações, o petista abriu mão dos seus sigilos. 

(Agnelo Queiroz) Sei que não é usual uma testemunha fazer o que vou propor agora. Mas não posso conviver com desconfiança sobre minha biografia. Por isso, quero aproveitar essa ocasião para colocar à disposição da CPI o meu sigilo bancário, fiscal e telefônico. 

(Repórter) O senador Álvaro Dias, do PSDB do Paraná, anunciou que o governador de Goiás, Marconi Perillo, também abriu mão dos sigilos. Para o tucano, Agnelo não esclareceu a evolução patrimonial nem comprovou que o governo dele não tem ligação com Cachoeira. 

(Alvaro Dias) Há uma relação visível com a empresa Delta e com representantes de Cachoeira, que exercem tráfico de influência, negociando pagamentos, vantagens, pagando propinas, entregando aparelho Nextel para quem ocupa cargo de confiança. Enfim, há uma relação dos que representam Cachoeira e dos que representam a Delta. 

(Repórter) Já o senador Humberto Costa do PT de Pernambuco considera encerradas as denúncias contra o governador do Distrito Federal. 

(Humberto Costa) Faça uma avaliação muito positiva. Não só o governador conseguiu responder a todas as indagações como ele tomou uma atitude de alguém que não tem nada a temer quando abriu aqui os seus sigilos bancário, fiscal e telefônico permitindo que a CPI faça uma investigação aprofundada da vida dele, de sua gestão como governador e por onde ele passou, seja como parlamentar seja como dirigente da Anvisa. Acho que saímos totalmente esclarecidos. 

(Repórter) Nesta quinta-feira, os integrantes da CPI do Cachoeira vão votar novos requerimentos. A oposição defende a convocação do ex-diretor da Delta, Fernando Cavendish, e do ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Luiz Pagot.
13/06/2012, 06h36 - ATUALIZADO EM 13/06/2012, 06h36
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