Presidente da Fenaj aponta motivação política para 60% de crimes contra jornalistas — Rádio Senado

Presidente da Fenaj aponta motivação política para 60% de crimes contra jornalistas

LOC: A MAIOR PARTE DOS CRIMES CONTRA JORNALISTAS NO BRASIL TEM MOTIVAÇÃO POLÍTICA. 

LOC: A INFORMAÇÃO FOI DIVULGADA EM AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO SENADO NA MANHÃ DESTA SEGUNDA-FEIRA. SAIBA MAIS COM O REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. 

TÉC: O Brasil está em décimo-primeiro lugar, em todo o mundo, no ranking da violência contra jornalistas, como anunciou o senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, presidente da Comissão de Direitos Humanos. 

(Paulo Paim) Em 1º lugar está o Iraque, depois vem a Somália em segundo, em terceiro Filipinas, quarto Sri Lanka, quinto Colômbia, sexto Nepal, sétimo Afeganistão, oitavo México, e, novo a Rússia, décimo Paquistão, e, 11º está o Brasil. 

(Repórter) O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, Celso Schröder, disse que o agravante é que, enquanto os dez primeiros países da lista sofrem algum tipo de instabilidade, o Brasil é um Estado Democrático de Direito, com liberdade de imprensa. E em 60% dos casos, a motivação para os crimes é política. 

(Celso Schröder) Ao contrário de alguns outros países, por exemplo, Colômbia, México, obviamente Iraque, Paquistão, aonde a origem da violência está na cobertura da situação de conflito, situação de guerra, situação de violência explícita, no Brasil os dados que nós temos é que a origem da violência contra jornalistas esta na política. Na cobertura da política. 

(Repórter) O presidente do Sindicato dos Jornalistas do Maranhão, Leonardo Monteiro, falou sobre o assassinato do jornalista Décio Sá, em abril. Ele disse que a cultura que predomina no Nordeste é a da ameaça. 

(Leonardo Monteiro) O bandido, no mesmo dia ou no dia seguinte, nós temos uma secretária eletrônica, em que ele parece, que quando chegou, ele gravou a execução do Décio Sá. Ele chega, assobia, quando ele volta do banheiro, ele dá os disparos. A gravação estarrecedora, como se fosse: ta aqui, ó, o recado de vocês, já matamos um, podemos matar outros. 

(Repórter) Já a presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, Suzana Blass, denunciou a falta da cultura de segurança entre os jornalistas, principalmente, por parte das empresas. Foi o caso, segundo ela, da morte do repórter cinematográfico do Grupo Bandeirantes, Gelson Domingos, em 2011, durante a cobertura de uma operação policial. Ela disse que o equipamento de segurança fornecido pela empresa era completamente inadequado. 

(Suzana Blass) O policial lá do IML deu o colete pra viúva, e a viúva deu para um advogado criminalista, e esse advogado criminalista nos mostrou o colete. Era um colete recauchutado, da menor especificação possível, e jamais poderia ter sido usado naquele tipo de situação em que o cara tava na linha de tiro. 

(Repórter) Os participantes defenderam a aprovação de proposta em análise na Câmara dos Deputados que federaliza crimes contra jornalistas, caso o poder local não conclua as investigações em 3 meses. 

LOC: O SENADOR PAULO PAIM ANUNCIOU QUE VAI APRESENTAR, NA TARDE DE HOJE, UM VOTO DE SOLIDARIEDADE AO JORNALISTA KLESTER CAVALCANTI, QUE FOI PRESO NA SÍRIA. ELE FOI LIBERADO, MAS AINDA NÃO PODE DEIXAR O PAÍS. PAIM QUER QUE O SENADO EXIJA A LIBERAÇÃO IMEDIATA DO JORNALISTA.
28/05/2012, 01h49 - ATUALIZADO EM 28/05/2012, 01h49
Duração de áudio: 02:28
Ao vivo
00:0000:00