Ministra do Meio Ambiente defende veto "responsável" ao Código Florestal — Rádio Senado

Ministra do Meio Ambiente defende veto "responsável" ao Código Florestal

LOC: A MINISTRA DO MEIO AMBIENTE, IZABELLA TEIXEIRA, DEFENDEU NO SENADO O VETO AO CÓDIGO FLORESTAL, MAS COM RESPONSABILIDADE. 

LOC: ELA PARTICIPOU DE UM COLÓQUIO NO SENADO SOBRE A CARTA DA TERRA, E DISSE QUE PRETENDE OUVIR DIVERSOS SEGMENTOS DA SOCIEDADE ANTES DE FECHAR UMA POSIÇÃO SOBRE O CÓDIGO. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. 

TÉC: A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, se disse favorável ao veto do novo Código Florestal. Ela defendeu que o texto seja discutido com todos os setores da sociedade interessados, como foi feito durante a elaboração no Congresso Nacional, para buscar o caminho da chamada justiça socioambiental, com adoção de regras claras e leis que possam ser realmente aplicadas. 

(Izabella Teixeira) Eu não tenho nenhum problema de vetar ou de pedir o veto ao Código Florestal, queridos, eu tenho problema é de lidar com a realidade depois disso. De fazer que produza alimentos e proteja de maneira sustentável, com inclusão social. Esse é processo de debate democrático, sobre o que vetar, como vetar, se veta, se não veta, mas fundamentalmente, sobre aquilo que vem depois disso, que é fazer com que a lei fique em pé, que a lei seja reconhecida por todos e que a lei seja cumprida por todos. 

(Repórter) A opinião foi manifestada durante colóquio feito no Senado para discutir a Carta da Terra, documento que estabelece princípios fundamentais para a construção de um mundo justo, sustentável e pacífico. O teólogo e escritor Leonardo Boff, lembrou que a Carta da Terra alerta para a urgência de uma aliança global para preservar o planeta; ou seja, não há margem para retrocessos. 

(Leonardo Boff) Não podemos fazer mais qualquer coisa, seja na política, seja nas relações internacionais, seja nas nossas intervenções no planeta Terra, porque as consequências podem ser altamente desastrosas. E é em função dessa responsabilidade que devemos julgar, em meu modo de ver, o Código Florestal, que não se dá conta das consequências fundamentais não só para o Brasil, mas para o equilíbrio do planeta Terra. 

(Repórter) O presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado, Rodrigo Rollemberg, do PSB do Distrito Federal, destacou que a Carta da Terra será importante nos debates da Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, que acontece em junho no Rio de Janeiro. 

(Rodrigo Rollemberg) Os princípios elencados na Carta da Terra por mais de 4500 organizações no ano de 2000 não são apenas princípios, também podem ser considerados uma declaração de amor ao nosso planeta. Neste sentido, deve ser também uma carta de objetivos. Um guia que possamos seguir para construir uma vida harmônica, pacífica, sem pobreza. 

(Repórter) Izabella Teixeira disse ainda que o desafio do Brasil será, depois da Rio+20, avançar em uma agenda de eficiência ambiental, do ponto de vista energético, da água e da produção de alimentos, e que a Carta da Terra será fundamental nessa fase pós-conferência.
07/05/2012, 01h42 - ATUALIZADO EM 07/05/2012, 01h42
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