Novo código deve ter normas para cada bioma, dizem especialistas — Rádio Senado

Novo código deve ter normas para cada bioma, dizem especialistas

LOC: ESPECIALISTAS DEFENDERAM NESTA QUINTA-FEIRA, NO SENADO, QUE O NOVO CÓDIGO FLORESTAL TENHA NORMAS QUE PROTEJAM AS CARACTERÍSTICAS DE CADA BIOMA, COMO A AMAZÔNIA, O PANTANAL E O CERRADO. 

LOC: O RELATOR DO PROJETO NA COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE, SENADOR JORGE VIANA, ACREDITA QUE ESSA DEFICIÊNCIA NO TEXTO DEVERÁ SER CORRIGIDA DEPOIS DA APROVAÇÃO DO CÓDIGO. A REPORTAGEM É DE ADRIANO FARIA: 

(SENADOR JORGE VIANA / STELA GOLDENSTEIN): Se nós seguirmos nele, não vai dar certo. / Isso é o caminho para não dar certo. 

(REPÓRTER): O senador Jorge Viana e a ex-secretaria do Meio Ambiente de São Paulo Stela Goldenstein usaram praticamente a mesma expressão para alertar que o novo Código Florestal não pode estabelecer normas idênticas para as diferentes regiões do país. Eles participaram, na Comissão de Meio Ambiente, a CMA, de uma audiência pública para debater o impacto do novo código nas bacias hidrográficas. Relator do projeto na CMA, Jorge Viana, do PT do Acre, disse que o detalhamento das regras para cada região deverá ficar para depois. 

(SENADOR JORGE VIANA): Nós temos o que chamamos de pós-código. Imediatamente após o código, nós estamos imbuídos no propósito de começar a trabalhar a lei dos biomas para poder mergulhar um pouco nesse conceito científico acumulado e darmos algumas respostas. Mas até lá temos que fazer o possível para dar os passos importantes no código. 

(REPÓRTER): Quem estuda o bioma amazônico não está satisfeito com o projeto do novo Código Florestal. Maria Teresa Piedade, cientista do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, disse que a região está praticamente esquecida no texto, apesar de ocupar 50 por cento do território nacional. Ela pede, por exemplo, mudança no critério para definir a área de preservação permanente nas margens dos rios. 

(MARIA TERESA PIEDADE); Se nós usarmos o nível mínimo da inundação para definir áreas de preservação, nós vamos excluir a floresta dessas áreas. 

(REPÓRTER); Segundo a pesquisadora, mais de 400 mil quilômetros de áreas na Amazônia que ficam alagadas no período da cheia estarão sem proteção se o novo código for mantido do jeito que está. A Comissão de Meio Ambiente já debateu o impacto do novo Código Florestal nas cidades, e a última audiência pública, marcada para esta sexta, vai concentrar a atenção nas florestas.
10/11/2011, 00h22 - ATUALIZADO EM 10/11/2011, 00h22
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