Comissões debatem prevenção a grandes incêndios no país — Rádio Senado

Comissões debatem prevenção a grandes incêndios no país

LOC: A PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS E A UTILIZAÇÃO DE QUEIMADAS MONITORADAS EM ÁREAS COMO O CERRADO PODEM SER INCLUÍDAS NA NOVA LEGISLAÇÃO DO CÓDIGO FLORESTAL.

LOC: A IDEIA É BARRAR OS GRANDES DESASTRES EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL NA ÉPOCA DA SECA. A INCLUSÃO FOI ANUNCIADA NESTA TERÇA-FEIRA, DURANTE O DEBATE SOBRE GRANDES INCÊNDIOS NO PAÍS. OS DETALHES COM A REPÓRTER PAULA GROBA.

(REPÓRTER): Durante a audiência pública para tratar dos incêndios no país, especialistas foram categóricos ao afirmarem que o Brasil precisa de um reforço no monitoramento das áreas de risco, maior infraestrutura e capacitação dos agentes que combatem o fogo. Para o pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Serviços Ambientais da Amazônia, Irving Forster Brown, as áreas úmidas, onde se encontram as florestas, sofrem cada vez mais com as secas e mudanças climáticas. Com isso, a floresta, que antes era uma barreira natural contra incêndios, fica cada vez mais vulnerável. Ele defendeu a criação de políticas ambientais que englobem a educação ambiental e um sistema de monitoramento e prevenção efetivos nessas áreas. No caso das florestas, o fogo só prejudica a fauna e a flora. Diferentemente, no Cerrado e nas áreas de campos as queimadas amenas e programadas podem ser benéficas. Elas foram defendidas pelos professores do departamento de ecologia da Universidade de São Paulo, Leopoldo Coutinho e Vânia Pivello. Há mais de 40 anos estudando o cerrado, o professor Leopoldo afirmou que a grande causa dos incêndios no cerrado é o acúmulo de biomassa, ou seja, da própria vegetação seca que se acumula ao longo dos anos. Na opinião dele, as queimadas sob controle são a forma mais eficaz para evitar incêndios de grandes proporções, como o que ocorreu no Parque Nacional das Emas, no ano passado.
(LEOPOLDO): Esses parques têm que ser manejados. E a melhor forma de manejo contra incêndios é se antecipar a ele. Fazer queimadas periódicas, em rodízio, para evitar o acúmulo de combustível. Na opinião do secretário de Biodiversidade e florestas do Ministério do Meio Ambiente, Braulio Ferreira Dias, o Brasil possui vegetações distintas que devem receber políticas de monitoramento distintas. O secretário defendeu que o novo Código Florestal contemple essas peculiaridades de cada bioma, citando inclusive a possibilidade do uso das queimadas em vegetações abertas como o cerrado. Um dos relatores da proposta que reformula o Código Florestal, o senador Jorge Viana, do PT do Acre, afirmou que a prevenção dos incêndios vai ser citada na nova legislação.
(JORGE VIANA): Eu espero que possamos evoluir apresentando soluções no ponto de vista da legislação que trate do combate aos incêndios e ao uso do fogo no Brasil. O presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, senador Eduardo Braga, do PMDB do Amazonas afirmou que o assunto continuará a ser debatido nas comissões que discutem o Código Florestal.
25/10/2011, 05h24 - ATUALIZADO EM 25/10/2011, 05h24
Duração de áudio: 02:44
Ao vivo
00:0000:00