Comissão debate política monetária brasileira nesta terça — Rádio Senado

Comissão debate política monetária brasileira nesta terça

LOC: A POLÍTICA MONETÁRIA DO BRASIL SERÁ DEBATIDA NA MANHÃ DESTA TERÇA-FEIRA EM AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS.
 
LOC: A OPOSIÇÃO DEVE COBRAR MEDIDAS CONTRA A CRISE, ENQUANTO ALIADOS DO GOVERNO INSISTEM NA BAIXA DOS JUROS. A REPORTAGEM É DE NILO BAIRROS.

Depois de meses de recorde sucessivo de queda, em setembro o dólar disparou e as consequências, boas e ruins, já começam a ser sentidas. Os importadores, que antes comemoravam o dólar baixo, agora refazem as contas, já que ficou mais caro comprar produtos fabricados no exterior. Em compensação, a indústria nacional, que vinha sofrendo com o dólar em baixa, ganhou fôlego. É o caso do setor calçadista, um dos grandes exportadores, que pensa inclusive em baixar preços para ganhar mais competitividade no mercado internacional. No meio desse cenário está o Banco Central, que vinha atuando para conter a baixa do dólar e agora se vê em meio à necessidade de administrar a alta da moeda norte-americana. É que a desvalorização da moeda nacional frente ao dólar também traz prejuízos, principalmente a fuga de investidores. Na opinião do senador José Agripino, do Democratas do Rio Grande do Norte, o governo está gerando inflação pela falta de controle do câmbio.
(JOSÉ AGRIPINO) Como o Brasil tem a economia globalizada e nós importamos muito, inclusive alimentos, a começar pelo trigo, vamos entrar numa escalada de perdas de meta inflacionária, pelo descontrole do câmbio, que o Brasil não está conseguindo segurar, e, em conseqüência, está importando inflação, que é o pior dos males, porque desorganiza a economia e gera desemprego.
(REPÓRTER) O pão francês, citado pelo senador José Agripino, pode subir entre cinco e dez por cento no início de outubro, segundo a associação que representa o setor. É que 60% de todo o trigo consumido no país é importado. Já o senador Inácio Arruda, do PC do B do Ceará, lembra que a alta do dólar vai frear o consumo do brasileiro no exterior e incentivar a economia interna. O problema, segundo ele, são os juros altos. E nesse ponto, Inácio Arruda defende as últimas ações do Banco Central.
(INÁCIO ARRUDA) vinte anos de juros elevadíssimos no Brasil, totalmente em descompasso com qualquer outra nação desenvolvida, em desenvolvimento, algo completamente fora do normal no Brasil. E acho que aqui, o banco central nesse momento agiu corretamente. Solta mais o Brasil, solta mais o povo, solta um pouquinho desse dinheiro dos juros e bota na mão do povo, que o povo dá uma solução pra crise.
(REPÓRTER) a audiência com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, está marcada para as 10 da manhã, na Comissão de Assuntos Econômicos. O debate faz parte de um ciclo de audiências da comissão sobre a crise econômica.
26/09/2011, 08h25
Duração de áudio: 02:24
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