Comissão debate principais fatores que levam à violência do campo
LOC: A PRINCIPAL CAUSA DA VIOLÊNCIA NO CAMPO É A IMPUNIDADE. ESSA É A OPINIÃO DE TODOS OS PARTICIPANTES DA AUDIÊNCIA PÚBLICA QUE A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO SENADO PROMOVEU NA MANHÃ DESTA QUARTA-FEIRA.
LOC: REPRESENTANTES DE MOVIMENTOS SOCIAIS E DO GOVERNO TAMBÉM APONTARAM O DESMATAMENTO E A GRILAGEM DE TERRA COMO PROBLEMAS URGENTES. REPORTAGEM DE ANA BEATRIZ SANTOS.
Hoje existe uma lista de marcados para morrer entre nós trabalhadores rurais, e parece não ser crime ter essa lista. É essa a realidade dos agricultores do Pará, de acordo com William Matias, representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, a Contag. Ele afirmou, durante audiência da Comissão de Direitos Humanos do Senado, que os trabalhadores têm medo de denunciar as ameaças. O senador Ataídes Oliveira, do PSDB de Tocantins, que passou a infância no Pará, lembrou que a impunidade na região não é novidade. (Ataídes Oliveira) Enquanto não botar esses caras na cadeia, não fazer eles pagar pelo crime, não adianta, presidente Paim. E eu vivi isto eu pude assistir isso ao vivo e a cores, eu vi vários assassinatos na minha frente de pessoas encomendadas e eu era criança naquela época. (Ana) O ouvidor agrário nacional do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Gercino José da Silva Filho, enumerou os principais fatores que levam à violência do campo. Ele listou, além da impunidade, a extração ilegal de madeira e a grilagem de terras como problemas que precisam ser combatidos com urgência. O coordenador nacional da Pastoral da Terra, Dirceu Fumagalli, lembrou que os casos mais graves de violência se concentram nas regiões de desmatamento. (Dirceu Fumagalli) Na Amazônia eles querem derrubar as castanheiras pra plantar soja, eucalipto, criar boi. Portanto é esse modelo em curso que de fato gera o conflito. (Ana) Segundo a representante das comunidades quilombolas, Ivany Lopes, as ameaças acontecem em todo o país, mas as vítimas não se sentem amparadas pelo poder público para fazer denúncias. A senadora Marinor Brito, do Psol do Pará, disse que a omissão dos governos beneficia os desmatadores. (Marinor Brito) não reconhecer isso é ter lado, e o Estado tem ficado ao lado dos madeireiros. (Ana) Os representantes da OAB, da Força Nacional e da Polícia Federal destacaram que é preciso investir na infraestrutura dos assentamentos e fortalecer a atuação das polícias nos estados e em programas de proteção aos defensores dos direitos humanos. O presidente da CDH, senador Paulo Paim, do PT gaúcho, afirmou que a comissão vai enviar à secretaria de Direitos Humanos um pedido de proteção para os trabalhadores que foram ameaçados.
LOC: REPRESENTANTES DE MOVIMENTOS SOCIAIS E DO GOVERNO TAMBÉM APONTARAM O DESMATAMENTO E A GRILAGEM DE TERRA COMO PROBLEMAS URGENTES. REPORTAGEM DE ANA BEATRIZ SANTOS.
Hoje existe uma lista de marcados para morrer entre nós trabalhadores rurais, e parece não ser crime ter essa lista. É essa a realidade dos agricultores do Pará, de acordo com William Matias, representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, a Contag. Ele afirmou, durante audiência da Comissão de Direitos Humanos do Senado, que os trabalhadores têm medo de denunciar as ameaças. O senador Ataídes Oliveira, do PSDB de Tocantins, que passou a infância no Pará, lembrou que a impunidade na região não é novidade. (Ataídes Oliveira) Enquanto não botar esses caras na cadeia, não fazer eles pagar pelo crime, não adianta, presidente Paim. E eu vivi isto eu pude assistir isso ao vivo e a cores, eu vi vários assassinatos na minha frente de pessoas encomendadas e eu era criança naquela época. (Ana) O ouvidor agrário nacional do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Gercino José da Silva Filho, enumerou os principais fatores que levam à violência do campo. Ele listou, além da impunidade, a extração ilegal de madeira e a grilagem de terras como problemas que precisam ser combatidos com urgência. O coordenador nacional da Pastoral da Terra, Dirceu Fumagalli, lembrou que os casos mais graves de violência se concentram nas regiões de desmatamento. (Dirceu Fumagalli) Na Amazônia eles querem derrubar as castanheiras pra plantar soja, eucalipto, criar boi. Portanto é esse modelo em curso que de fato gera o conflito. (Ana) Segundo a representante das comunidades quilombolas, Ivany Lopes, as ameaças acontecem em todo o país, mas as vítimas não se sentem amparadas pelo poder público para fazer denúncias. A senadora Marinor Brito, do Psol do Pará, disse que a omissão dos governos beneficia os desmatadores. (Marinor Brito) não reconhecer isso é ter lado, e o Estado tem ficado ao lado dos madeireiros. (Ana) Os representantes da OAB, da Força Nacional e da Polícia Federal destacaram que é preciso investir na infraestrutura dos assentamentos e fortalecer a atuação das polícias nos estados e em programas de proteção aos defensores dos direitos humanos. O presidente da CDH, senador Paulo Paim, do PT gaúcho, afirmou que a comissão vai enviar à secretaria de Direitos Humanos um pedido de proteção para os trabalhadores que foram ameaçados.