Preservação da água une ambientalistas e ruralistas — Rádio Senado

Preservação da água une ambientalistas e ruralistas

LOC: PARA MARCAR O DIA MUNDIAL DA ÁGUA, 22 DE MARÇO, DUAS COMISSÕES DO SENADO PROMOVERAM NESTA QUINTA-FEIRA UM DEBATE SOBRE O USO RACIONAL DOS RECURSOS HÍDRICOS.

LOC: E FOI PONTO DE CONSENSO QUE A ÁGUA PODE FAZER COM QUE AMBIENTALISTAS E RURALISTAS TENHAM UM OBJETIVO COMUM.

TÉC: É possível ambientalistas e ruralistas falarem a mesma língua na discussão de temas como a mudança do Código Florestal? Sim, na opinião do diretor-presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu. Para Andreu, a preservação da água pode servir como uma espécie de ponte. Mas ele recorreu ao futebol para alertar que o tema ainda não tem a importância que merece. (ANDREU) A água é para nós paulistas é mais ou menos como o time do São Caetano: tudo mundo gosta, mas ninguém torce para o time do São Caetano. Torce para o Palmeiras, para o Corinthians, para o Santos, mas gosta do São Caetano. A água é um pouco isso: as pessoas têm hoje uma dimensão da importância da água, mas não têm a água como uma bandeira central. (REPÓRTER) Vicente Andreu foi um dos convidados de uma audiência pública de duas comissões do Senado: de Agricultura e Reforma Agrária e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle. A reunião marcou a passagem do Dia Mundial da Água, 22 março, que será na próxima terça-feira. Quem também participou do debate foi Ana Paula Souto Maior, do Instituto Socioambiental. Ela destacou um projeto desenvolvido em 19 municípios de Mato Grosso para preservar as águas do rio Xingu. E a bandeira da água está sendo defendida por indígenas, agricultores, pecuaristas e empresários. (ANA PAULA) É muito importante que os diversos atores, que aparentemente têm interesses contrários, mas que no fundo têm o mesmo interesse, que é a proteção de um recurso que é essencial ao desenvolvimento de todos. (REPÓRTER) O senador Acir Gurgacz, do PDT de Rondônia e presidente da Comissão de Agricultura, disse que nada é mais atual do que debater o uso racional dos recursos hídricos e as políticas públicas de águas. (GURGACZ) Hoje estamos aqui ainda abalados com as notícias de terremotos e tsunamis no Japão e de tragédias provocadas pelas águas na região serrana do Rio de Janeiro. Enfim, o ano de 2011 começou marcado pelas águas. (REPÓRTER) Já o presidente da Comissão de Meio Ambiente, Rodrigo Rollemberg, senador do PSB do Distrito Federal, espera que a audiência pública conjunta seja o primeiro passo de uma parceria com a Comissão de Agricultura. Rollemberg acha que essa sintonia vai ser muito importante quando chegar ao Senado o projeto que muda o Código Florestal, hoje em discussão na Câmara. (ROLLEMBERG) Para buscar um equilíbrio na aprovação do Código Florestal que permita que o Brasil continue a ser um grande produtor de alimentos, de agroenergia. Mas que possa fazer isso com sustentabilidade ambiental e garantindo às futuras gerações uma qualidade de vida melhor do que a que nós dispomos hoje. (REPÓRTER) O texto do novo Código Florestal, do deputado Aldo Rebelo, do PCdoB de São Paulo, reduz a área de mata que deve ser preservada na margem dos rios de até cinco metros de largura. A distância mínima entre a plantação e o rio passaria de 30 para 15 metros.
17/03/2011, 12h44 - ATUALIZADO EM 17/03/2011, 12h44
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