Estudo do Senado mostra que trem-bala entre RJ e SP trará prejuízos
LOC: UM ESTUDO DO SENADO MOSTRA QUE O TREM-BALA, QUE VAI LIGAR O RIO A SÃO PAULO, TRARÁ PREJUÍZOS PARA OS COFRES PÚBLICOS.
LOC: PELO ALTO CUSTO E BAIXO BENEFÍCIO, CONSULTORIA DEFENDE QUE RECURSOS SEJAM INVESTIDOS EM OUTROS PROJETOS DE TRANSPORTE PELO PAÍS.
TÉC: Um dos carros-chefes do Programa de Aceleração do Crescimento, o trem bala, pode ser um investimento de alto risco. Segundo a consultoria do Senado, o projeto apresenta problemas como valor subestimado, demanda insuficiente, tarifa cara e falta de integração com outros meios de transporte. O consultor Marcos Mendes explicou que o custo internacional do quilômetro quadrado do trem de alta velocidade varia de 35 a 70 milhões de dólares, mas a estimativa brasileira é de 33 milhões e 400 mil dólares. Ele destacou que a obra será ainda mais complexa, já que o percurso passará por montanhas e matas, que exigirão licença ambiental, e por cidades, que demandarão desapropriações. Marcos Mendes chamou atenção ainda para o fato de que o projeto não tem uma reserva financeira para bancar eventualidades que surjam no decorrer da obra. O consultor destacou que apesar da previsão da obra ser realizada pela iniciativa privada, os contribuintes vão bancar o empreendimento. (Marcos Mendes) O que colocou o projeto a frente foi um canto de sereia que ele seria plenamente financiado pelo setor privado e que o trem se pagaria sozinho. Você faria a concessão, a empresa privada construiria o trem, teria a receita das passagens e teria lucro. Se fosse assim ótimo, você teria uma nova e moderna infra-estrutura de transporte sem custo para o Tesouro. O Tesouro concederá um empréstimo de R$ 20 bilhões para o consórcio vencedor a juros subsidiados, o governo vai criar uma estatal para ser sócia dos investidores privados. Os fundos de pensão das estatais estão sendo chamados para investir no trem bala. Estão sendo concedidas isenções de impostos de PIS e Confins para importação de material. O governo já está colocando dinheiro e vai colocar muito dinheiro. (Repórter) Segundo o consultor, a média prevista de passageiros por ano não deve pagar os custos da obra de 35 bilhões de reais. A estimativa é que 6 milhões de pessoas vão usar o trem-bala para viagens entre o Rio e São Paulo. Marcos Mendes ponderou que em função dos problemas apontados, o governo federal deveria investir os recursos em outros projetos de mobilidade urbana. (MMendes) Já que se vai investir mais de R$ 30 bilhões em determinado projeto de transporte é analisar se não há outro projeto que dê um retorno social maior que o trem bala. Você, por exemplo, investir em trens urbanos, metro, trens de superfície, você vai dar uma grande mobilidade a essas grandes metrópoles que estão muito engarrafadas e o retorno social muito maior. No projeto não tem esse tipo de comparação. (Repórter) Segundo a Casa Civil, o edital foi lançado em agosto. O leilão para a escolha do consórcio, responsável pelas obras, deve ocorrer ainda neste ano, em dezembro. O percurso incluirá o centro do Rio, aeroporto do Galeão, Aparecida, em São Paulo, Guarulhos, centro de São Paulo (o Campo de Marte), Viracopos e o centro de Campinas.
LOC: PELO ALTO CUSTO E BAIXO BENEFÍCIO, CONSULTORIA DEFENDE QUE RECURSOS SEJAM INVESTIDOS EM OUTROS PROJETOS DE TRANSPORTE PELO PAÍS.
TÉC: Um dos carros-chefes do Programa de Aceleração do Crescimento, o trem bala, pode ser um investimento de alto risco. Segundo a consultoria do Senado, o projeto apresenta problemas como valor subestimado, demanda insuficiente, tarifa cara e falta de integração com outros meios de transporte. O consultor Marcos Mendes explicou que o custo internacional do quilômetro quadrado do trem de alta velocidade varia de 35 a 70 milhões de dólares, mas a estimativa brasileira é de 33 milhões e 400 mil dólares. Ele destacou que a obra será ainda mais complexa, já que o percurso passará por montanhas e matas, que exigirão licença ambiental, e por cidades, que demandarão desapropriações. Marcos Mendes chamou atenção ainda para o fato de que o projeto não tem uma reserva financeira para bancar eventualidades que surjam no decorrer da obra. O consultor destacou que apesar da previsão da obra ser realizada pela iniciativa privada, os contribuintes vão bancar o empreendimento. (Marcos Mendes) O que colocou o projeto a frente foi um canto de sereia que ele seria plenamente financiado pelo setor privado e que o trem se pagaria sozinho. Você faria a concessão, a empresa privada construiria o trem, teria a receita das passagens e teria lucro. Se fosse assim ótimo, você teria uma nova e moderna infra-estrutura de transporte sem custo para o Tesouro. O Tesouro concederá um empréstimo de R$ 20 bilhões para o consórcio vencedor a juros subsidiados, o governo vai criar uma estatal para ser sócia dos investidores privados. Os fundos de pensão das estatais estão sendo chamados para investir no trem bala. Estão sendo concedidas isenções de impostos de PIS e Confins para importação de material. O governo já está colocando dinheiro e vai colocar muito dinheiro. (Repórter) Segundo o consultor, a média prevista de passageiros por ano não deve pagar os custos da obra de 35 bilhões de reais. A estimativa é que 6 milhões de pessoas vão usar o trem-bala para viagens entre o Rio e São Paulo. Marcos Mendes ponderou que em função dos problemas apontados, o governo federal deveria investir os recursos em outros projetos de mobilidade urbana. (MMendes) Já que se vai investir mais de R$ 30 bilhões em determinado projeto de transporte é analisar se não há outro projeto que dê um retorno social maior que o trem bala. Você, por exemplo, investir em trens urbanos, metro, trens de superfície, você vai dar uma grande mobilidade a essas grandes metrópoles que estão muito engarrafadas e o retorno social muito maior. No projeto não tem esse tipo de comparação. (Repórter) Segundo a Casa Civil, o edital foi lançado em agosto. O leilão para a escolha do consórcio, responsável pelas obras, deve ocorrer ainda neste ano, em dezembro. O percurso incluirá o centro do Rio, aeroporto do Galeão, Aparecida, em São Paulo, Guarulhos, centro de São Paulo (o Campo de Marte), Viracopos e o centro de Campinas.
