Boletim.leg - Edição das 22h
Mulheres parlamentares apresentam suas demandas em fórum do G20; mudanças climáticas atingem desproporcionalmente mulheres, negros e pobres.
Transcrição
MULHERES PARLAMENTARES APRESENTAM SUAS DEMANDAS EM FÓRUM DO G20:
(Alexandre Campos - repórter) "A 'Carta de Alagoas' contém recomendações para o enfrentamento de problemas como a desigualdade, a fome, as mudanças climáticas e a baixa participação das mulheres nas diversas instâncias de poder e de tomada de decisão."
MUDANÇAS CLIMÁTICAS ATINGEM DESPROPORCIONALMENTE MULHERES, NEGROS E POBRES
... EU SOU ROSANGELA TEJO E ESTE É O BOLETIM PONTO LEG
O ENCONTRO DOS PARLAMENTOS DO G20 COMEÇOU NESTA QUARTA-FEIRA, EM BRASÍLIA, COM UM INÉDITO FÓRUM DE MULHERES.
NA SESSÃO DE ABERTURA, FOI ENTREGUE AO PRESIDENTE DA CÂMARA, DEPUTADO ARTHUR LIRA, A "CARTA DE ALAGOAS", COM RECOMENDAÇÕES ELABORADAS PELAS LIDERANÇAS FEMININAS EM REUNIÃO PREPARATÓRIA DO P20. A REPORTAGEM É DE ALEXANDRE CAMPOS:
O documento será debatido durante a décima cúpula dos Presidentes de Parlamento do G20, que começa nesta quinta-feira. Arthur Lira destacou a importância de se discutir a solução de tais problemas sob o ponto de vista das mulheres:
(pres. Câmara - dep. Arthur Lira) "A Carta de Alagoas [...] contém demandas relevantes e urgentes, cuja implementação merece a melhor atenção e a mais alta prioridade dos nossos parlamentos."
Líder da bancada feminina no Senado, Leila Barros, do PDT do Distrito Federal, destacou a importância do compartilhamento de experiências para a promoção da equidade entre mulheres e homens em seus diversos aspectos:
(sen. Leila Barros - líder da bancada feminina BR) "Encorajo os parlamentares e principalmente as parlamentares aqui presentes a refletirem sobre os avanços e desafios que cada um dos nosso países enfrentam nesse sentido e a considerarem políticas que incentivem a participação e liderança de mulheres em todos os níveis de poder."
A PERSPECTIVA DE GÊNERO E RAÇA ESTEVE PRESENTE NAS TRÊS SESSÕES DE TRABALHO DO FÓRUM DE MULHERES PARLAMENTARES DO G20, NESTA QUARTA-FEIRA.
NO PRIMEIRO PAINEL, UM RETRATO DE COMO AS MUDANÇAS NO CLIMA AFETAM DESIGUALMENTE MULHERES, NEGROS E POBRES. REPÓRTER CESAR MENDES:
Tulia Ackson, presidente da União Interparlamentar, destacou que a pandemia de Covid-19 deixou evidente que as mulheres são afetadas de forma desproporcional durante as crises e revelou que, até 2050, a mudança climática pode levar 158 milhões de mulheres e meninas à pobreza e 230 milhões à insegurança alimentar.
(Tulia Ackson) "As estatísticas mostram que a degradação climática leva a mais violência baseada em gênero. Essa violência também é experimentada por defensores dos direitos de mulheres e por ativistas de mudança climática."
O vice-presidente da Câmara Alta da Índia, Shri Harivansh, disse que o seu país está profundamente comprometido com a justiça climática e conclamou as nações desenvolvidas a trabalharem pela redução das emissões antes mesmo dos prazos estabelecidos.
Secretária da Mulher e integrante da Bancada Negra da Câmara dos Deputados, a deputada Benedita da Silva, do PT do Rio de Janeiro, destacou as recomendações da "Carta de Alagoas", resultado da 1ª Reunião de Mulheres Parlamentares do P20, realizada em julho, em Maceió; que listou a crise climática, a desigualdade e os obstáculos à participação política das mulheres como pontos de reforma para a governança global.
(deputada Benedita da Silva) "Sugerimos aos governos de nossas nações desenvolver agendas e propostas legislativas, bem como conduzir reformas legais sensíveis a gênero, inclusive aquelas relacionadas ao clima."
E A BAIXA REPRESENTATIVIDADE FEMININA NA POLÍTICA TAMBÉM FOI TEMA DE DEBATE NO PRIMEIRO DIA DO FÓRUM PARLAMENTAR DO G20. REPÓRTER MARCELLA CUNHA:
Presidindo a mesa, a senadora Professora Dorinha Seabra, do União do Tocantins, defendeu a necessidade de um arcabouço legal que incentive e assegure a presença de mulheres em todos os níveis de poder.
(dep. Professora Dorinha Seabra) "Só se cria liderança possibilitando o acesso. A liderança política precisa ser acessível para as mulheres em todas as esferas, principalmente naquelas em que a representatividade é historicamente baixa."
Já a presidente do Parlamento de Angola, Carolina Cerqueira, a primeira mulher a ocupar o posto em seu país, defendeu a criação de cotas de gênero nos cargos de nomeação política e administrativa. Ela também é favorável à alternância entre homens e mulheres nas listas partidárias.
(Carolina Cerqueira - presidente do Parlamento de Angola) "É importante a criação de incentivos para a contratação de mulheres em setores vistos como majoritariamente masculinos. E o setor público nos nossos países pode liderar essa mudança, incentivando a entrada feminina em áreas como a engenharia, matemáticas, política e segurança nacional."
O FÓRUM DE MULHERES MARCOU, PORTANTO, O INÍCIO DO DEBATE INTERPARLAMENTAR DOS PAÍSES DO G20. E, NESTA QUINTA-FEIRA, ÀS DEZ E MEIA DA MANHÃ, HAVERÁ A SOLENIDADE DE ABERTURA DO EVENTO PRINCIPAL, A DÉCIMA CÚPULA DO P20, QUE TEM COMO LEMA "PARLAMENTOS POR UM MUNDO JUSTO E UM PLANETA SUSTENTÁVEL".
NA PARTE DA TARDE, HAVERÁ DUAS SESSÕES DE TRABALHO. A PRIMEIRA DEBATE "A CONTRIBUIÇÃO DOS PARLAMENTOS NO COMBATE À FOME, À POBREZA E À DESIGUALDADE".
A SEGUNDA DISCUTIRÁ "O PAPEL DOS PARLAMENTOS NO ENFRENTAMENTO DA CRISE AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE".
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