IFI aponta recessão para este ano e lenta recuperação em 2021
A Instituição Fiscal Independente do Senado Federal (IFI) divulgou novo Relatório de Acompanhamento Fiscal com os efeitos da pandemia nos indicadores econômicos e nas contas do governo. No total, a projeção oficial da arrecadação primária caiu 12% em relação à previsão inicial na Lei Orçamentária Anual (LOA). A atividade industrial e o comércio apresentaram desempenho positivo e recuperação mais rápida, mas a expectativa para este ano é de recessão, com queda na arrecadação. Reportagem de Regina Pinheiro, da Rádio Senado.
Transcrição
LOC: IFI DIVULGA NOVO RELATÓRIO DE ACOMPANHAMENTO FISCAL COM OS EFEITOS DA PANDEMIA NOS INDICADORES ECONÔMICOS E NAS CONTAS DO GOVERNO
LOC: ATIVIDADE INDUSTRIAL E COMÉRCIO APRESENTAM DESEMPENHO POSITIVO E RECUPERAÇÃO MAIS RÁPIDA, MAS A EXPECTATIVA PARA ESTE ANO É DE RECESSÃO, COM QUEDA NA ARRECADAÇÃO. REPÓRTER REGINA PINHEIRO
TÉC: A Instituição Fiscal Independente do Senado Federal, IFI, divulgou novo Relatório de Acompanhamento Fiscal, que contém análise do relatório de avaliação de receitas e despesas primárias do 4º bimestre deste ano, feito pelo governo federal. O documento mostra um cenário de recessão na economia, para este ano, em razão da pandemia. No total, a projeção oficial para arrecadação primária em 2020 caiu 12% em relação à previsão inicial na LOA. O Diretor-Executivo da IFI, Felipe Salto afirma que há notícias positivas e negativas no campo dos indicadores econômicos e das contas do governo.
(Felipe Salto) De um lado a economia deve ter uma recessão importante nesse ano, deve haver uma queda no produto interno bruto, o que também leva a uma queda na arrecadação do governo. Por outro, o que a gente observa é que os indicadores mensais da atividade industrial e do comércio, do varejo, apresentam um desempenho positivo. Há uma recuperação mais rápida nesses setores. Já no setor de serviços, a recuperação está presente, mas é mais lenta.
(Rep) Felipe Salto enumera os fatores que levaram à queda nas receitas do governo.
(Felipe Salto) Não só pelo efeito da queda da economia, pelo qual o governo arrecada menos impostos, menos contribuições, multas e taxas, porque as pessoas consomem menos, geram menos renda, investem menos, produzem menos, as empresas também. Mas também pelas medidas que foram tomadas relativas à postergação do pagamento de tributos federais. De outro lado, os gastos do governo também precisaram aumentar bastante este ano para fazer frente à crise da covid-19, na saúde, na ajuda às empresas, o auxílio emergencial dos R$ 600.Tudo isso produz uma dívida mais elevada, que deve encerrar o ano em mais de 96% do PIB e produz um déficit,
(Rep) O Diretor-Executivo da IFI informa que a expectativa para o próximo ano é de uma recuperação lenta. De acordo com Felipe Salto, com a retomada da economia, o que se espera é que haja uma política de maior controle das despesas, ainda que novos gastos possam ser necessários, a exemplo dos gastos sociais. Da Rádio Senado, Regina Pinheiro