CRE realiza debate com ministro Raul Jungmann sobre o setor de defesa no Brasil
O Brasil está perdendo um mercado bilionário por não usar o Centro Lançador de Satélites em Alcântara, no Maranhão. O alerta foi feito pelo ministro da defesa, Raul Jungmann, em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado (CRE). O ministro também defendeu a necessidade de voltar a investir em foguetes que levam os satélites. Durante a audiência também foi discutido o sistema de proteção às fronteiras brasileira, o Sisfron. Segundo o senador Ricardo Ferraço (PSDB – ES), a violência enfrentada no país é consequência em grande parte das drogas produzidas em países vizinhos.
Transcrição
LOC: O BRASIL ESTÁ PERDENDO UM MERCADO BILIONÁRIO POR NÃO USAR O CENTRO LANÇADOR DE SATÉLITES EM ALCÂNTARA, NO MARANHÃO.
LOC: O ALERTA FOI FEITO PELO MINISTRO DA DEFESA, RAUL JUNGMANN, EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES DO SENADO. ELA TAMBÉM DEFENDE A NECESSIDADE DE VOLTAR A INVESTIR EM FOGUETES QUE LEVAM OS SATÉLITES. REPÓRTER FLORIANO FILHO.
(1124D01 - Floriano – CRE Jungmann T:2’11”) Os setores cibernético, espacial e nuclear são estratégicos para a Defesa Nacional. Eles estiveram entre os principais pontos apresentados pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado. O ministro afirmou que a pasta vem tendo avanços nos últimos anos. Deu como exemplo o setor cibernético, no qual a criptografia para segurança dos dados tem tecnologia 100% nacional. Também informou que vai à França receber o primeiro satélite brasileiro construído em conjunto com a indústria francesa. O satélite de alta altitude será lançado em março da base de Kourou, na Guiana francesa. Por outro lado, Raul Jungmann lamentou que o Brasil esteja fora do mercado bilionário de lançamento de satélites. Isto porque não assinou um acordo de proteção de tecnologia com os Estados Unidos, país que tem mais de 85% dos satélites no mundo.
(Jungmann) O lançamento de um satélite hoje – e existe, só para o de baixa altitude, um mercado de 3 mil lançamentos – pode ir de US$30 milhões a US$60 milhões. Os senhores têm ideia do que representa para o Brasil nós estarmos paralisados desde 2001?
(REP) Durante a audiência também foi discutido o sistema de proteção às fronteiras brasileira, o Sisfron. O senador Ricardo Ferraço, do PSDB do Espírito Santo, afirmou que a violência enfrentada no país é consequência em grande parte das drogas produzidas em países vizinhos.
(Ferraço) A entrada dessas drogas, desses crimes transnacionais que estão presentes no nosso chamado "Brasil Profundo", nas nossas fronteiras, crimes de toda a ordem, mas, sobretudo, tráfico de drogas que não são produzidas aqui em nosso País.
REP: Após a audiência com o ministro da Defesa, foram lidos os relatórios sobre as indicações dos novos embaixadores brasileiros na Hungria e na Nicarágua. Os diplomatas ainda terão que passar por uma sabatina. Da Rádio Senado, Floriano Filho.