Senado tem propostas para combater a chamada pobreza menstrual
Relatório divulgado pela Unicef mostrou que cerca de 713 mil meninas vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro em seu domicílio. A chamada pobreza menstrual envolve, além da falta de itens de higiene, a ausência de infraestrutura e de informação sobre os cuidados necessários durante este período. A senadora Zenaide Maia (PROS-RN) é relatora de uma sugestão legislativa que determina a distribuição de absorventes para mulheres de baixa renda e em situação de rua.
Transcrição
LOC: MAIS 700 MIL BRASILEIRAS NÃO TEM SEQUER BANHEIRO EM CASA. É O QUE APONTOU UM RELA´TORIO DA UNICEF SOBRE POBREZA MENSTRUAL.
LOC: ZENAIDE MAIA DEFENDE DISTRIBUIÇÃO GRATUITA DE ABSORVENTES PARA MULHERES DE BAIXA RENDA E EM SITUAÇÃO DE RUA. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA
(Repórter) Mais de 700 mil meninas no Brasil vivem em casas sem banheiro ou não têm nenhum acesso a um chuveiro. Outras quatro milhões não contam com itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas, como sanitários e sabonetes. Os dados foram divulgados pela Unicef, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, para marcar o Dia Internacional da Dignidade Menstrual, em 28 de maio. O tema também vem sendo discutido pelo Senado. A senadora Zenaide Maia, do PROS do Rio Grande do Norte, é relatora de uma proposta que torna lei a distribuição de absorventes para as mulheres em situação de rua ou de baixa renda. Zenaide lembrou que a ausência de itens de higiene é motivo, muitas vezes, para a aluna não ir à escola.
(Zenaide Maia) Temos que derrubar de vez esse tabu e falar mais publicamente sobre a pobreza menstrual, que já levou uma a cada 4 meninas a faltar a aula por não ter absorvente. A falta de acesso a itens básicos de higiene é uma realidade de meninas e mulheres no mundo.
(Repórter) Outra ideia legislativa sugere que os absorventes sejam distribuídos gratuitamente nos postos de saúde, assim como os preservativos. Após ser apoiada por mais de 20 mil pessoas, a proposta será analisada pela Comissão de Direitos Humanos. Zenaide pediu que os dois projetos sejam votados assim que o trabalho presencial for retomado.
(Zenaide Maia) Espero que quando os trabalhos das comissões voltem no Senado a CDH coloque em pauta as sugestões legislativas que tratam desse assunto.
(Repórter) Segundo a Unicef, a pobreza menstrual está relacionada com a desigualdade racial, social e de renda. E envolve, além da falta de absorventes, escassez de recursos, infraestrutura e até de informação sobe os cuidados de higiene necessários durante o período menstrual. Sem as trocas necessárias do item de higiene ao longo do dia, a mulher pode desenvolver infecções como cistite e candidíase, e a Síndrome do Choque Tóxico, causada pelo uso prolongado de absorventes internos, que pode levar a amputações e até mesmo à morte.
SUG 43 de 2019
SUG 7 de 2021
