Estilo

Vírgula antes da conjunção e

A vírgula antes da conjunção e só tem vez se dois requisitos estiverem presentes:

 

  • a conjunção e deve ligar orações com sujeitos diferentes;
  • a falta da vírgula pode conduzir a uma leitura ambígua.

 

A vocação do Brasil é a produção de alimentos e os setores do agronegócio estão organizados para produzir e preservar.

 

No exemplo, a vírgula é necessária para deixar claro que "os setores do agronegócio" são o sujeito da segunda oração, e não objeto direto da primeira. Sem a vírgula, uma primeira leitura poderia ser "A vocação do Brasil é a produção de alimentos e os setores do agronegócio".

 

Para evitar a ambiguidade, a vírgula é obrigatória:

 

A vocação do Brasil é a produção de alimentos, e os setores do agronegócio estão organizados para produzir e preservar.

 

Abaixo, outros exemplos que preenchem os dois requisitos para o uso obrigatório da vírgula:

 

A eleição se dará simultaneamente às eleições para deputados federais, e os parlamentares do Mercosul terão mandato de quatro anos.

 

Para ele, o Brasil está vivendo um momento singular em que milhões de pessoas excluídas e invisíveis estão começando a ascender como cidadãos, e conduzir esse processo é um dos maiores desafios do país.

 

— Nesse tipo de agressão, o anonimato tende a aumentar a crueldade dos comentários e das ameaças, e os efeitos tendem a ser extremamente graves. Muitas vezes, o bullying resulta em transtornos irreversíveis, causadores até mesmo de suicídio — diz Clésio.

 

Agora um exemplo em que o uso da vírgula não é necessário. Há dois sujeitos na frase, mas a falta da vírgula não prejudica a leitura. Veja:

 

O senador considerou constitucional a medida provisória que dá ao Banco Central a competência para a regulação, e disse que o caminho mais seguro seria a aprovação de uma lei complementar.

 

O senador considerou constitucional a medida provisória que dá ao Banco Central a competência para a regulação e disse que o caminho mais seguro seria a aprovação de uma lei complementar.

 

O senador considerou constitucional a medida provisória que dá ao Banco Central a competência para a regulação. Disse também que o caminho mais seguro seria a aprovação de uma lei complementar.

 


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