Prodasen 50 anos — Rádio Senado
Senado e Você

Prodasen 50 anos

A edição de junho do podcast Senado e Você apresenta uma entrevista com Gleison Gomes, diretor do Prodasen, a Secretaria de Tecnologia da Informação do Senado Federal, que recentemente completou meio século de serviços prestados à Casa e à democracia brasileira. Nessa conversa, ele refaz a trajetória percorrida pelo órgão desde os primórdios da computação até os novos tempos de inteligência artificial.

Implementado no final de 1972 pelo então presidente do Senado Federal, Petrônio Portela, o Prodasen chega à atualidade como uma das principais referências na área da TI para o setor público do Brasil. Nessas cinco décadas, a atual Secretaria de Tecnologia da Informação da Casa soube se manter atenta aos avanços tecnológicos, tornando-se responsável pelo desenvolvimento de vários sistemas relevantes, entre eles o Interlegis, o LexML e o e-Cidadania.

Durante a pandemia de covid-19, em 2020, o Sistema de Deliberação Remota (SDR) possibilitou que o Senado brasileiro fosse a primeira instituição parlamentar do mundo a funcionar por meio de votações a distância, o que foi fundamental para que o país pudesse dispor de normas legais específicas para enfrentar aquele período de emergência sanitária.

Atualmente, temas como a segurança da informação e a inteligência artificial estão entre os desafios permanentes da atuação do órgão, e a recente aprovação do Plano Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI) listou vários projetos que devem ser trabalhados pelo Prodasen nos próximos dois anos. Como lembra Gleison Gomes, diretor do Prodasen: “Nosso objetivo é trazer serviços e melhorias para o público interno do Senado e, principalmente, para o cidadão. Por meio do PDTI, pretendemos chegar a 2025 avançando ainda mais na automação de projetos e processos administrativos e legislativos importantes para o país”, afirma o diretor.

15/06/2023, 10h18 - ATUALIZADO EM 19/06/2023, 19h34
Duração de áudio: 18:37

Transcrição
Transcrição automática do áudio: Senado e você. Olá, está começando mais uma edição do Senado e você, Podcast que mensalmente apresenta as boas práticas de gestão e ações de responsabilidade social e ambiental promovidas e executadas pelo Senado. E o nosso destaque desta vez é o marco de 50 anos do PRODASEN, que nasceu como serviço de processamento de dados e hoje é a Secretaria de Tecnologia da Informação da Casa, órgão de referência para todo o setor público brasileiro. E para falar sobre essa trajetória de meio século e contar um pouquinho sobre os atuais e futuros projetos, recebemos com muita alegria em nosso estúdio o diretor do PRODASEN, Gleison Gomes. Olá Gleison, obrigado por sua participação e por ter aceitado o nosso convite aqui para o Senado e você. Olá Celso, para mim é uma honra e um prazer enorme participar aqui deste podcast. Obrigado pelo espaço, é sempre importante a gente conversar um pouco, né? E é bacana a gente ter esse espaço aqui, muito obrigado. A gente que agradece e eu já imagino que uma edição só vai ser pouco de tanto trabalho que o... - Tem outra exposição, você precisar demais. - Maravilha. O Gleison, inovação e reinvenção evidentemente fazem parte do trabalho e da realidade de todo o setor de tecnologia da Informação, principalmente no Instituição do Tamanho do Senado Federal, né? E nós estamos falando de uma história de 50 anos do PRODASEN. Você podia sintetizar para a gente como é que foi essa evolução de processamento de dados para a Secretaria de Tecnologia atual que a gente tem? Sim, o PRODASEN surgiu em 1972, mas foi fruto de um trabalho um pouco anterior quando foi criado um grupo de trabalho, que quando o Senado Federal decidiu que era a hora de entrar na computação digital, né? Então a gente foi evoluindo, a gente saiu daquela computação dos mainframes e até chegar hoje aqui na era dos microcomputadores, dos dispositivos móveis, celulares, tablets, etc. Então a gente teve essa trajetória em 50 anos, estamos nesse momento de viver a inteligência artificial, celular, então é Youtube, né? A gente vê no dia a dia, até na nossa vida pessoal, né? Então o PRODASEN não é diferente, a gente tenta integrar a vida profissional e trazer dessas inovações, né? No nosso dia a dia para o ambiente corporativo, né? Entendi, naquela época, início dos anos 70, claro que nem eu nem você estávamos aqui, mas eu imagino que um computador naquela época era uma sala maior que o nosso estúdio aqui, né? Sim, exatamente, era uma sala gigante, né? Hoje em dia o nosso celular tem uma capacidade de processamento muito maior do que qualquer computador da época, e eram muito grandes os equipamentos, né? Então um dos resultados do grupo de trabalho lá foi a construção, efetivamente, do prédio lá do PRODASEM e da sala de processamento de dados, né? Entendi, o PRODASEN se relaciona, como eu falei aqui na abertura, que o PRODASEM é um órgão de referência no setor de tecnologia da informação para toda a administração pública nacional, não é isso? Como é que o PRODASEN se relaciona com essas instituições nesse âmbito, né? De troca de experiência, por exemplo? Sim, a gente tem um grupo chamado TI Controle, do qual fazem parte vários órgãos, né? STF, Câmera, com certeza. Então vários órgãos grandes da administração pública federal que trocam informações, trocam ideias, até grupo de WhatsApp mesmo, a gente tem, para trocar informações. "Ah, estou precisando de um processo de contratação de uma tecnologia XPTO." Alguém já fez? Aí alguém, "Opa, já fiz, toma aqui." Então tem essa troca, né? E sem contar visitas, né? A gente mesmo, segunda-feira, fizemos uma reunião online com membros do Parlamento Canadense para trocar algumas ideias. E, semana passada, a gente recebeu visita de colegas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Eles vieram trocar ideias sobre diversos assuntos, né? E semana que vem, a gente vai receber da Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Então a troca de informações e ideias é bastante intensa, né? Entendi. Um desses, bom, enfim, ao longo de 50 anos, vários fatos foram marcantes, né? Na história do Prodasei, na história do Senado, na história da administração pública nacional. E um deles, que revolucionou muita coisa, foi a pandemia do coronovírus, né? A gente teve no Senado, por exemplo, a implantação do SDR, que é o Sistema de Deliberação Remoto, não é isso? Exato. Foi uma agregação de tecnologias, por assim dizer, que culminou numa solução inédita no mundo. O Parlamento Brasileiro, o Senado, foi o primeiro Parlamento do mundo a realizar uma sessão remota durante a pandemia. Então isso culminou na criação de um site em diversas línguas, com até manual de instruções. E aí a gente recebeu contato de vários órgãos, paramentos de vários países. Foi um sistema realmente, uma solução, na verdade, inovadora. Mas como eu disse, foi uma agregação de soluções já existentes, né? O Prodazen teve o tino de utilizar o que estava disponível, até porque até a restrição de prazo, né? Tinha que ser alguma coisa rápida. E nossos colegas também implementaram, agregaram soluções e implementaram também, complementando, para resultar no SDR, que foi realmente uma solução bem bacana. Eu acho que, como leigo nessa área, mas como cidadão, como profissional aqui de comunicação do Senado, a gente percebe que uma das preocupações grandes de implantação de um sistema como o SDR, é a questão da segurança, porque afinal de contas nós estamos falando da deliberação sobre legislação do país. Como é que é tratado essa questão da segurança pelo Prodazen inglês? Segurança da Informação é um assunto muito caro para a gente, né? E a gente tem esse assunto no nosso dia a dia, foi criado recentemente o núcleo de segurança da informação. A gente tem alguns colegas lá que olham para isso 24 horas por dia e 7 dias por semana. Então, a gente tem uma preocupação muito grande. E a segurança da informação é um assunto bem complexo, porque não é só TI, na verdade. Todo mundo faz parte da segurança da informação. Os clientes, tem gente que chama de usuário, mas eu prefiro clientes, né? Também tem sua responsabilidade, seja não clicar em links, mais assim, ó, os etc. Então, a gente precisa ter um cuidado muito grande com a segurança da informação. Guardar a nossa senha, não compartilhar a nossa senha de rede do Senado Federal, não usar a mesma senha do Gmail, por exemplo, na nossa rede, porque se vazar a senha lá, alguém vai saber por tabela a senha da pessoa aqui na nossa rede. Então, segurança da informação realmente é bem importante. Entendi. Você avalia, como é que você avalia o... Vou reformular aqui a pergunta. Como é que você avalia o atual estágio do Senado Federal nessa questão da segurança, então? Porque você falou bastante dessa importância, né? Porque, né, das pessoas terem cuidado com a sua segurança pessoal, com seus dados, suas senhas, etc. Mas cada colaborador da instituição, seja do Senado ou de qualquer outra instituição, precisa ter esse comprometimento com a segurança também dos dados daquela instituição, não é isso? Exatamente. A gente vai lançar uma campanha. Já houve alguns comunicados sobre segurança e informação, mas a gente vai intensificar uma campanha para atingir nossos clientes internos sobre a segurança da informação. E como a gente está, eu digo que a gente sempre pode melhorar. Houve uma avaliação de diversos órgãos aí feitos pelo TCU. Não estamos tão mal, mas também precisamos melhorar, sabe? A gente vê para trás que a gente já percorreu um caminho bom, mas por outro lado a gente olha para a frente e tem um caminho bacana para a gente percorrer. Então a gente precisa realmente melhorar sempre, vai ser implantado o plano de ação para a segurança da informação como resultado até da criação do núcleo de segurança. Então realmente a gente tem, nesse plano, já tem elencadas várias ações que precisam ser tomadas por diversas áreas do Produzém e também vai combinar para outros clientes internos também. Entendi. Já tem uma previsão de data desse plano? Ele já está iniciando já. Uma primeira ação é um processo para resposta à incidente. Como é que é isso? Casuagem a algum incidente a gente já tem todo o processo de procedimento de comunicação, etc. Então quais áreas precisam ser envolvidas, quais áreas precisam ser comunicadas, quais áreas precisam ser acionadas para efetivamente tomar alguma providência. Então como reforçando segurança e informação é um assunto muito importante. E assim a gente também evita dar muitas detalhes sobre infraestrutura, etc. porque até mesmo por exemplo em relação à segurança e informação. Então quanto mais coisas a gente divulga pior é, sabe? No sentido de infraestrutura, a relação de segurança. Claro, é verdade. Tem muita gente de olho aí querendo fraudar. Sim, sim. Não só no senado como qualquer instituição. Brancos, né? Exatamente. Bem, a gente está conversando com o Gleison Gomes, que é diretor do PRODASEM, Secretaria de Tecnologia da Informação do Senado Federal. O Gleison, recentemente a casa aprovou o PDTI, que é o Plano Diretor de Tecnologia da Informação, que abrange vários projetos até 2025, não é isso? Exatamente. A DIREG, diretoria executiva de gestão, ouviu várias áreas internas no sentido de quais são os projetos, quais são as demandas, quais são as prioridades e a partir daí montou-se uma lista das demandas que foi avaliada pelo CGTI, que é o Comitê de Governança de Tecnologia da Informação. E realmente resultou no PDTI, que é o Plano Diretor de TI, né? E nesses projetos, esses projetos, na verdade, foram priorizados no sentido de mandatório, se é alguma questão legal, normativa, etc. E estruturantes, por exemplo, alguma ação que o próprio PRODASEM precisa executar, algum projeto, para se estruturar, para melhor atender os clientes internos. Um exemplo, né? E além dessas duas categorias, a gente tem as prioridades, não mais, a prioridade alta, a média de baixo. Então, nosso... a gente sabe, né? Que demanda para TI nunca acaba. É verdade. A gente tem... infelizmente, a gente não tem todos os recursos necessários para atender todas as demandas. E isso acontece, né? Toda TI, seja de empresa, seja de órgão público. Tem que correr atrás sempre, permanente isso. Exatamente. Então, o nosso foco, o nosso alvo ali, é atender as demandas, os projetos estruturantes, mandatórios de prioridade alta. Os de média e baixa, se a gente realmente conseguir, sabe? Como eu comentei, infelizmente, a demanda é muito maior do que os recursos, né? Então, a gente... o nosso foco é isso, atender essas três categorias de projeto. Entendi. Eu sei que é uma área muito inovadora da TI, que às vezes é difícil até a gente prever o que está vindo pela frente aí. Mas, ao final de 2025, que é o prazo de abrangência do PDTI, como é que a gente espera estar... a questão da tecnologia da informação aqui no Senado? É, a gente... nesse PDTI tem alguns projetos de inteligência artificial, tem o próprio programa de Legislativo Inteligente, então, né, que vai utilizar alguns recursos de inteligência artificial também. A demanda... demandas corporativas, né, barra administrativas, para assim dizer, vão ser mais automatizadas, a gente tem automação do recadastramento eletrônico, por exemplo. E, né, que todo ano a gente tem que entrar lá, fazer aquele recadastramento, né? A gente está correndo para implementar o novo recadastramento, que é um dos projetos que estão no PDTI. E, então, assim, o objetivo é esse. É a melhoria de infraestrutura, é a melhoria de máquinas, de computadores, é uma aquisição que a gente está correndo para fazer também. Então, a melhoria de conexão à internet, Wi-Fi, então, tem vários projetos lá que estão visando a melhoria. Então, se Deus quiser, em janeiro de 2025, a gente vai ter avançado ainda mais na automação de processos de negócios, né, seja administrativos, seja legislativos. Muito bacana. Você citou aí a questão da inteligência artificial, né, que está todo mundo ainda teando aí, onde é que isso pode nos desafiar e também nos ajudar, não é isso? Como é que o Senado está vendo essa questão? É, a gente tem alguns projetos pilotos já de degravação de texto, que é auxiliar a taquigrafia para, a partir de um áudio, já interpretar e transformar em texto o áudio. A gente tem já reconhecimento facial também. Tem algumas questões de... esse aí é um projeto que ainda está no início, que é classificar automaticamente documentos no SIGAD. Então, você cadastra, ele lê os metadados ali, já faz uma classificação automática. SIGAD, que é o sistema de gestão administrativo. Isso, é o gestão documental, basicamente, para tramitar processos, documentos, etc. Faz uma gestão arquivística dos documentos. Então, até nisso, a inteligência artificial pode nos ajudar. Sim, sim. O potencial é enorme, até mesmo para... Agora, não sei se eu vou citar corretamente, mas tem algum partido em algum país nótico, eu acho que é lá do norte da Europa, que ele é totalmente criado por a inteligência artificial. Propõe leis, etc., por inteligência artificial. Mas isso realmente eu ainda não tenho certeza da fonte. Mas ainda é importante, é interessante. Então, potencial a gente tem. Seja aprovar, autorizar uma despesa médica por inteligência artificial. Então, as demandas para aplicação de inteligência artificial são enormes. Então, realmente, é potencial grande. Maravilha. A gente conversou, então, com Glacom Gomes, diretor do PRODASEN, que é a Secretaria de Tecnologia da Informação do Senado Federal. O Glacom, parabéns pelos 50 anos do PRODASEN. Muito obrigado por aceitar o nosso convite e desejamos ainda mais sucesso nesse trabalho aí, a frente desse serviço tão importante para o Senado e para a própria democracia brasileira. Bacana. Muito obrigado pelo convite e fico liso angiado. E nosso objetivo é esse. Trazer serviços e melhorias não só para o público interno, mas principalmente para o cidadão. Então, a gente tem o nosso site do Senado.leg.be, tem o "ecidadania". A gente tem o site, tem as notícias, com a SECOM, principalmente para o provedor de notícias, e a gente tem vários serviços. Acompanhamento da atividade legislativa, temos vários serviços para o cidadão no nosso site. Tudo isso viabilizado por meio da tecnologia da informação. Exatamente. Que maravilha, então. Então, mais uma vez, muito obrigado ao Gleison Gomes, diretor do PRODASEN e esta edição do Senado e você fica por aqui. A você que nos ouve, muito obrigado pela audiência e até a próxima edição. Senado e você você. ♪

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