Museu do Senado — Rádio Senado
Senado e Você

Museu do Senado

MUSEU DO SENADO FEDERAL

No podcast “Senado e Você” de novembro, o coordenador do Museu do Senado, Alan Silva, explica de que forma o espaço ajuda a contar a história do Senado Federal. Alan também destaca algumas obras relevantes do acervo, composto por obras de arte, documentos e objetos que foram selecionados ao longo dos anos para compor o Museu.

 

“Elaborar e executar políticas de preservação, a fim de zelar pelo patrimônio institucional e difundir a história do Senado Federal”. É com essa missão que o Museu do Senado tem contribuído para que a sociedade conheça a trajetória da Instituição e dos seus parlamentares, desde o tempo do Brasil Império até os dias atuais, por meio de peças de mobiliário, documentos históricos, presentes protocolares e obras de arte.

Situado no Salão Negro do Senado, o Museu utilizou o período de pandemia, em que está momentaneamente fechado à visitação pública, para ampliar a articulação com outras instituições do setor, e busca agora viabilizar as visitas virtuais pela internet. 

Na edição de novembro do podcast Senado e Você, o coordenador do Museu, Alan Silva, fala sobre a importância de um órgão como o Senado Federal preservar e compartilhar a sua história com a sociedade. Ele também cita algumas das peças de destaque e explica como acontece a seleção do acervo ao longo dos anos.

Alan Silva fala ainda sobre a convivência harmoniosa, num mesmo espaço, de peças antigas e modernas: “É incrível como o antigo e o moderno convivem aqui de forma harmônica e muito simbiótica. Não é todo museu que consegue construir uma trajetória assim. O Senado foi incorporando ao longo dos anos todo esse acervo. Muitos moradores de Brasília vêm pela primeira vez ao trazer parentes que moram em outras cidades, e saem muitíssimo felizes. É uma visita transformadora”, conclui.

01/12/2021, 14h23 - ATUALIZADO EM 19/06/2023, 15h56
Duração de áudio: 12:47

Transcrição
Transcrição automática do áudio: Senado e você! Olá, eu sou Celso Cavalcanti e começa aqui o Senado e você, podcast que mensalmente mostra boas práticas de gestão e ações de responsabilidade social ambiental promovidas e executadas pelo Senado Federal. E o nosso entrevistado de hoje é o coordenador do Museu do Senado, Alan Silva. Ele vai conversar com a gente sobre a composição e o acervo do museu. Também destacar a importância de o Senado contar com um espaço de preservação de sua história e ainda falar sobre as atividades do museu nesse período de pandemia. Olá Alan, seja bem-vindo, obrigado por aceitar nosso convite para participar aqui do Senado e você. Olá Celso, obrigado pelo convite. Muito prazer estar aqui na radicionada para falar do nosso museu. Então Alan, eu queria começar pedindo para você explicar justamente o que é o Museu do Senado, qual é o acervo, o majoritário do Museu do Senado? O nosso principal objetivo é contar a história da instituição, quem são os personagens, quem falou o que, por que falou, o que que defender, quem falou contra e naturalmente os impactos que isso gera na sociedade. Mas para contar essa história nós temos aí obras de arte, nós temos mobiliário, nós temos objetos que gradualmente ao longo do tempo vão se tornando musealisáveis. É uma cadeira ou uma sala, ou um cenário no qual uma determinada coisa importante aconteceu para a vida dos brasileiros. Então o museu vai lá, resgata esse tipo de patrimônio, elenca para uma determinada questão que pode ser abordada e quando fazemos uma exposição, se aquilo está dentro de uma linha de recorte temático, nós remontamos aquele cenário para que o cidadão, quando venha ver a exposição, ele se depara com qual era o mobiliário que estava cercando o parlamentar nessa época. Isso, então, vem lá da época do Império até os dias atuais. Entendi, você falou de mobiliário aí, mas o Museu do Senado conta com muitos tipos de peças, né? Há obras de arte. Quando o museu foi fundado, uma das vocações principais do museu era exatamente separar o que era mobiliário histórico do que era mobiliário comum, porque quando o Brasil foi fundado em 1960, veio lá do Rio de Janeiro todo o acervo, que hoje a gente está compondo o nosso museu, mas também veio todo o mobiliário comum que era usado nos gabinetes, que era usado na nossa administração. Então a primeira tarefa do museu foi separar aquilo que era mobiliário histórico e que pudesse de alguma forma contar através de narrativas históricas aquilo que a gente separa para fazer essas linhas de recorte. Então, claro, temos quadros pintados especialmente e sob encomenda do Senado como, por exemplo, do Gustavo Astoy, que retrata a imagem da Primeira Constituição Republicana. Temos o próprio mobiliário do que era o plenário lá há quase 200 anos atrás que hoje está aqui conosco, então tem alguns cenários que podem ser montados para essa finalidade. E, claro, algumas coisas que, ao longo dos anos, vão sendo incorporado, né? Então, por exemplo, o Museu toma conta do mobiliário de designers, que foi basicamente comprado à época dos anos 60, dos anos 70 e até meados dos anos 80 depois, não houve compra uma significativa mais. E de que forma vocês, qual é o critério, aliás, que vocês utilizam para estabelecer que aquela peça pode vir a ser uma peça do museu também? Primeiro, a aparência da peça, né? Se ela é uma peça que remonta a alguma coisa que pode virar uma história, esse já é um aspecto. Segundo, o material da qual essa peça é feita, nós temos várias cadeiras, vários móveis que são de jacarandá. Então, assim, o material já é um outro aspecto que nos chama atenção. Outra questão é o designer e o autor, que eventualmente assina uma determinada obra. Então, no que diz respeito a mobiliário, nós temos cadeiras, por exemplo, que foram construídas por mão de obra da penitenciária lá do Rio de Janeiro. As cadeiras imperiais, elas foram construídas lá na oficina de macenaria do Rio de Janeiro, da penitenciária. Então, coisas como essa vão se reunindo aos modernos, como temos hoje, temos um mobiliário do Oscar Niemaia, Zaluzupin, Sergi Rodrigues, uma série de outros, isso para falar só de mobiliário, né? Mas é claro, a documentação, as obras de arte, as esculturas, as pinturas, as gravuras têm no nosso elenco uma série de autores bastante importantes. Entendi. Quais esculturas, ou qual escultura que você destacaria aqui para o nosso ouvinte, Alan, que quisesse vir conhecer o museu e ele encontraria essa escultura como um peço especial? Olha, lá dentro do museu tem duas peças que a gente pode destacar. Uma bem moderna do Sesquiat, que se chama Mulher Noa. Ela está perto de um painel do Aço Bucão, painel vermelho faz um contraste maravilhoso do bronze com vermelho. E uma outra é um tinteiro maravilhoso que mobiliava a mesa do presidente, quando na época ainda se escrevia com tinta ferrogálica, antes da caneta esferográfica e etc. Então são duas peças belíssimas, muito diferentes, uma da outra, mas que compõe o parte desse acervo que está exibido lá no nosso museu. [Música] Alan, fora as esculturas, o que você destacaria de artes plásticas? Então Celso, dentro do museu tem uma variedade incrível de autores e de relevância também muito importante dentro do cenário nacional e internacional. A quantidade de gravuras, de pinturas, de legados, de parlamentares, de objetos, de imobiliário é muito rica. Lá no museu convive assim uma harmonia muito grande, uma pintura clássica com uma escultura moderna. Convive um lustre, um dos primeiros lustres, logo que surgiu a energia elétrica e saímos do gás ou do queirozênio para iluminar os ambientes, um lustre elétrico com uma gravura absolutamente moderna, como por exemplo da Faigo Ostrover, que inclusive fez agora no ano passado Centenario de Vida, ou a Mariane Perretti, que é a autora dos vitrais lá da Catedral e que temos aqui dentro do palácio também algumas das obras delas. Então, assim, é incrível como convive de forma harmônica e muito simbiótica o antigo com o moderno. Vale a pena dar uma espiada, porque não é todo o museu que consegue construir uma trajetória assim. O Senado foi incorporando ao longo dos anos todo esse acervo que o museu selecionou para ser, de fato, musealizado. E são peças que vão de dica valcante, a Mariane Perretti, por exemplo, entre outros. Estamos conversando com Alan Silva, ele que é coordenador do Museu do Senado. Muitos turistas ou moradores de Brasília vêm visitar os palácios da Alvorada, do Itamaraty, do Planalto. E às vezes não se dá conta que o próprio Congresso Nacional é um palácio também. Um dos palácios mais conhecidos, o cartão postal mais conhecido de Brasília para o mundo inteiro é o afachado do Palácio do Congresso Nacional. Tão conhecidos quanto o Cristo redentou, quanto a Torre Eiffel, mas, de fato, o turismo cívico que já vem aí de muitos anos atrás, à época, inclusive, que um ensinador Rodrigo Hallenberg era secretário de turismo e ele que criou essa onda do turismo cívico. O Senado já tinha o seu museu, mas ele integrou todos esses palácios e fez com que eles se abrissem de forma um pouco mais estruturada. Então, a visita ao turismo cívico foi um grande gancho do setor à época e até hoje ele se valem disso. Muitas pessoas vêm, trazem os seus parentes quando vêm em viagem e aí é incrível que, às vezes, o camarada sabe que tem e nunca veio. Aí recebe um parente que veio viajando, sabe de onde, sabe de onde, ele quer trazer aqui e sai muito feliz. E todo orgulhoso vem mostrar. A visita é transformadora. Muita gente não sabe o quanto de informação se passa pelos nossos guias e colaboradores, os facilitadores, dentro de uma visita que dura aproximadamente uma hora. É transformador. Nós ainda estamos, infelizmente, num período de pandemia do coronavírus, já faz quase dois anos, Alan. Como é que tem sido o funcionamento do museu nesse período? O que vocês têm feito aí nesse período? A pandemia assolou o mundo inteiro e, claro, nos alcançou também o museu. Está fechado ao público e, infelizmente, a nossa página virtual ainda não é uma página que podemos dizer brilhante. Isso porque, para expor-nos o nosso acervo, é preciso possuir um direito expresso do artista autorizando a publicação de certas imagens, o direito de imagem. O fato de termos a posse da gravura, da pintura não nos garante o direito de poder exibir-la na internet. Então, esse é um trabalho que nós fizemos ao longo desses dois anos de buscar os autores e conseguir que ele ou a família, só quando já está, naturalmente, em direito em domínio público, mas muitas das nossas peças não estão em domínio público ainda. Então, foi um trabalho de buscar autorização junto ao autor, ou ao seu representante legal, o seu herdeiro, autorização para isso. Em breve, eu espero poder botar uma página mais rica para mostrar o nosso museu, para mostrar as dependências, a missão e quais são os focos que nós temos como principais. Mas, infelizmente, a pandemia nos pegou de surpresa e nós estamos tendo que nos reinventar igual todos, né? Tiveram que fazer, infelizmente, para o Senado Federal contratar pessoas específicas com essa vocação. Não é tão simples, né? Existe o concurso público, é uma exigência e as contratações não saem rápido. Então, o museu está desfalcado de pessoal para essa atividade, de produzir exposições virtuais. É um aspecto que nós estamos tendo que contornar. E já vimos que o exemplo da pandemia nos trouxe, é que nós precisamos abrir, de fato, uma porta muito direta para a virtualização das nossas exposições. É isso mesmo. Parece que é um caminho irreversível esse mesmo. Alain, nós estamos quase terminando aqui. Eu queria perguntar para você como é o diálogo do Museu do Senado com outras instituições públicas aqui de Brasília. A gente sabe que várias instituições dessas, vários palácios, guardam também a serviços importantes. Vocês conversam com essas outras instituições? É, o nosso primeiro passo nesse sentido foi a filiação junto ao Ibram, que é o Instituto Brasileiro de Museus. Então, só por figurar entre os filiados, nós já abrimos um network incrível com outros museus e estamos entendendo gradualmente as dificuldades de que cada um de nós temos. Durante esse período de pandemia, fizemos lives, fizemos reuniões. A pandemia também trouxe pelo menos esse aspecto positivo. Eu não preciso ir ao Rio de Janeiro, ou ir à São Paulo, ou ir ao outro lugar para estar de frente com o diretor de um outro museu e trocar as impressões ou as nossas necessidades. Pelo menos para isso, dentro da segurança dos nossos lares, a tecnologia nos ajudou. Mas sim, Céu, se a gente fez vários contatos e hoje, na minha agenda de telefone aqui, eu tenho o nome de vários colaboradores de museus que estão tanto aqui em Brasília quanto no resto do país. E restauradores, conservadores, cenógrafos e curadores, enfim. É uma turma da pesada que trabalha com isso, viu? Tem que gostar. Maravilha! [Música] Para terminar, a gente está torcendo aqui que essa pandemia, enfim, nos deixe, abrir, reabrir nossos espaços culturais, espaços públicos todos. E eu queria que você dissesse para a gente onde é que fica localizado o Museu do Senado e também convidar nosso ouvinte para que, tão logo seja possível, ele venha nos visitar. Então, o museu está dentro do Palácio do Congresso Nacional, mais especificamente no Salão Nobre do Senado Federal. Nós não estamos abertos ainda por conta da pandemia, mas o horário de funcionamento em dias normais é das 9 da manhã a 6 da tarde, inclusive nos fins de semana. Nos fins de semana fica aberto direto, nos dias de semana tem um pequeno intervalo na hora do almoço entre 1 e 2 da tarde. Enfim, infelizmente, não estamos recebendo as pessoas por enquanto, mas eu acredito que isso não vai ser para sempre, já está na hora da vacina, nos protegei, nós temos outras alternativas. Tá certo. Alain Silva, coordenador do Museu do Senado, muito obrigado por sua participação aqui no podcast Senado Você. Obrigado, Celso, foi um prazer ter vindo. E esta edição do Senado e Você fica por aqui. A você que nos ouve, muito obrigado pela audiência e até a próxima. Senado e você.

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