Atuação da Biblioteca do Senado na pandemia — Rádio Senado
Senado e Você

Atuação da Biblioteca do Senado na pandemia

Mesmo em tempos de pandemia, a Biblioteca Digital do Senado Federal disponibiliza um conjunto de mais de 300 mil documentos, entre livros, artigos, notícias e produções intelectuais. Sobre esse acervo, que pode ser acessado por toda a sociedade, o podcast “Senado e Você”, edição de julho, conversa com a coordenadora da Biblioteca do Senado, Cíntia Mara Machado Ferreira.

 

Criada em 2006, a Biblioteca Digital completa 15 anos de funcionamento como uma das principais ferramentas entre as atuais atividades da Biblioteca do Senado. Com a pandemia de covid-19 veio a interrupção das visitas presenciais ao espaço. A Biblioteca passou a investir na realização de eventos a distância, e também potencializou o acervo digital que oferece tanto ao público interno da Instituição quanto aos cidadãos em geral.

 

Hoje com mais de 300 mil documentos disponíveis, a Biblioteca Digital do Senado armazena, preserva, divulga e torna acessível um acervo de publicações que vão desde livros técnicos e obras raras até artigos, notícias e produções intelectuais de senadores e servidores da casa.

 

Nesta edição do podcast “Senado e Você”, a coordenadora da Biblioteca do Senado, Cíntia Mara Machado Ferreira fala sobre a importância e cita curiosidades desse material digital, lista algumas das principais obras históricas que compõem o acervo, e conta como está sendo a experiência de reinventar o funcionamento da centenária Biblioteca em tempos de distanciamento social.

29/07/2021, 18h49 - ATUALIZADO EM 19/06/2023, 15h59
Duração de áudio: 12:40

Transcrição
Transcrição automática do áudio: Senado e você! Olá, eu sou Celso Cavalcanti e começa agora o Senado e você, que apresenta mensalmente boas práticas de gestão e ações de responsabilidade social e ambiental promovidas e executadas pela casa. E o nosso assunto de hoje é a atuação da biblioteca do Senado durante a pandemia e também a biblioteca digital, que armazena, preserva, divulga e torna acessível um acervo de mais de 300 mil documentos que vão desde livros e obras raras até artigos, notícias e produções intelectuais de senadores e também de servidores. Sobre este assunto conversamos agora com a coordenadora da biblioteca do Senado, Cintia Mara Machado Ferreira. Olá Cintia, obrigado por sua participação aqui no Senado e você. Olá Celso, muito obrigada pelo convite, eu fico muito honrada de participar e vamos apresentar a nossa biblioteca para o público, né? Isso mesmo, a gente que te agradece. Antes de começar especificamente sobre a biblioteca digital, gostaria que você falasse um pouquinho sobre a biblioteca do Senado mesmo em geral que guarda parte importante da história do Brasil, não é isso? Exatamente Celso, a nossa biblioteca foi criada em 1826, então este ano nós estamos completando 195 anos. Pelo tempo de criação a nossa biblioteca tem um grande documentação de valor histórico, então nossas obras, nossos documentos guardados, eles têm essa missão de preservar a memória tanto do Senado quanto do nosso país, né? É uma referência mesmo, né, para pesquisadores, estudantes, profissionais, não é isso? Exatamente, a gente recebe solicitações de pesquisa do mundo inteiro, né? A gente recebe e-mail, muitas solicitações sobre o nosso acervo impresso, porque o nosso acervo físico também tem uma grande extensão, nós temos 557 mil documentos impressos no nosso acervo. -Usa vida. -Então é uma coleção grande, sempre os pesquisadores entram em contato com o nosso catálogo e descobrem que tem obras que só existem no Senado, só na biblioteca do Senado. Até em outras próprias documentos de outros órgãos, eles mesmos não guardaram e a gente tem acesso a muitos documentos que a gente preserva essa memória do Brasil, né? Nossa, que responsabilidade, hein? Essa responsabilidade pesa pela quantidade de anos que a gente carrega no nosso acervo e por essa missão de trazer esses documentos a público e instruir, informar, né, do Seminar o Conhecimento, que é a nossa verdadeira missão. Entendi. E, sim, com a pandemia veio o desafio de manter, ou reinventar mesmo, né, o atendimento da biblioteca, não é isso? Foi muito difícil, Celso, pra gente nos adaptarmos essa realidade, o contexto do Brasil, que tem poucas bibliotecas abertas, né, bibliotecas públicas no nosso país, são em número pequeno, então, pra fecharmos as portas, a gente acaba prejudicando muita gente por não dar acesso a esse acervo, não dá essa pesquisa. Certamente. Então, o que a gente fez foi nos adaptarmos pra realidade digital, realmente, a gente já tem, né, boa parte dos documentos aí disponíveis nessa nossa biblioteca digital, mas a gente precisou re-adaptar também outros serviços que a gente presta, né? - Teve treinamentos, né? - Isso, os treinamentos, eles sempre aconteciam virtualmente até, já eram realizados roteineramente, mas, por exemplo, a gente começou a fazer a nossa roda de leitura, que era feita na biblioteca, no time, no ambiente virtual, que o Senado instalou pros servidores, a gente também teve um outro evento, que é o Parla Bíblio, que é um evento com a Câmara dos Deputados. Nós fizemos pelo Instagram, então, é uma outra fonte pra gente, é outro canal que a gente passou a investir muito, que a biblioteca começou a alimentar isso diariamente, então, inclusive, a gente teve um número impressionante de crescimento de seguidores no Instagram, que foi um crescimento de 511% em um ano. - Isso, muita coisa, hein? - Muita coisa, então, a gente começou a colocar o nosso acervo, as nossas notícias, aquilo que a biblioteca oferece, também no Instagram, que é um canal muito utilizado hoje pelo cidadão. - Que bacana. - Então, eles começaram a acessar mais, e também ter conhecimento das próprias obras, né? Que, inclusive, são essas obras que a gente disponibiliza na nossa biblioteca digital. Entendi. Então, a gente entra agora no assunto da biblioteca digital, que dá acesso a vários tipos de conteúdos, né? Que agora, em 2021, completa 15 anos de funcionamento, explica, por favor, para a gente, Sintia, o que é exatamente esse repositório aí, e se ele também ganhou mais importância, né, nesse momento que a gente vive de pandemia. Isso, agora, a biblioteca digital, ela se tornou o nosso maior canal de divulgação do acervo. Apesar da gente não ter tudo que a gente queria dentro da nossa biblioteca digital, até porque a gente encontra limitações de direito autoral, né? Então, não podemos digitalizar qualquer obra que a gente queira para colocar, a não ser que a gente tenha uma autorização do autor, se ainda estiver vivo. Então, a gente precisa de um protocolo para essa publicação. Mas a biblioteca digital já tem, nesse 15 anos, também montado um acervo muito relevante, nós temos obras muito variadas, então, de cunhistórico, literatura. Nós temos uma grande variedade de documentos de legislação também, que é muito importante esse registro para o país. E temos variadas outros assuntos por ser uma biblioteca parlamentar. A nossa característica não é ser uma biblioteca de um tema só, assim como a gente tem em outras instituições. Um tema que direciona, como, por exemplo, o TSE, que vai desenvolver seu acervo na área litoral, a biblioteca do Senado, ela precisa ser multidisciplinar. Então, até para a gente embasar os projetos de lei em todas as áreas que os senadores querem atuar, todas as frentes de atuação deles. Então, a gente precisa de documentos variados, por isso a gente precisa desenvolver o acervo da forma ainda mais ampla possível para que eles possam ter os documentos que embasem aquela iniciativa, que eles vão escrever do projeto, até essa realmente é a feitura da lei que precisa de outros documentos, de outras doutrinas que eles precisem usar nesses projetos de lei. Então, a nossa biblioteca digital, ela começou nesse aspecto institucional, para a gente colocar esses documentos que fossem servir de base para esses projetos, mas ele também tem um desenvolvimento que a gente entende da parte histórica para o cidadão. O Cintia, que publicação você destacaria como um exemplo nessa área? Olha, uma publicação que nós temos que é muito curiosa, até na visitação física que a gente tinha na biblioteca, ela era muito consultada, as pessoas tinham muito curiosidade para a vila, ela é uma obra de quase 400 anos, é uma obra de 1630, foi a primeira edição em latim, ela chama Novos Orbes. Então, é uma descrição das Américas, traz mapas e traz a parte geográfica, etnográfica, então ela traz algumas curiosidades da época em que esse geógrafo fez esses estudos pelos mapas que eles estavam descobrindo ainda e estavam registrando. Então, é uma obra riquíssima e que a gente tem isso publicado na biblioteca digital, em PDF, para que todo mundo possa conhecer. Puxa vida, que bacana, viu? Então, aqueles documentos que a gente acha superimportante, como por exemplo a cópia da Leiaúria, nós temos uma cópia da versão assinada pela princesa Isabel, então nós temos cartas de Dom Pedro I e outras discussões na época que foram feitas sobre a transposição do Rio São Francisco, então temos documentos que falam sobre isso, então os documentos sobre a Constituinte, por exemplo, desde 1823 até a nossa atual de 1988, então a gente vem acompanhando também a questão do desenvolvimento histórico e com esse objetivo de ter essa memória guardada dentro da biblioteca digital para que o cidadão também tenha acesso, não só dentro do senado, mas de qualquer parte do país e do mundo. O cidadão em geral, a população em geral, pode também ter acesso a esse acervo da biblioteca digital, não é isso, Cinti? Isso, e ele não precisa fazer nenhum sequer um cadastro para ter acesso a essas obras, é só acessar realmente a página da biblioteca digital e os links e a pesquisa já vão ficar disponível, então ele pode pesquisar pelo assunto, pelo título, pelo autor, a pesquisa, normalmente por assunto é que traz essa documentação de acordo com que o usuário tenha interesse na pesquisa dele e não se faz só mesmo por curiosidade, então a gente recupera esses documentos e o formato já fica disponível para ele baixar, então pode ser um formato PDF, nós temos o formato do APUB, que é até um formato eletrônico para leitura em outros dispositivos, inclusive no celular, porque mesmo que o cidadão não tenha um computador, ele pode conseguir fazer essa leitura pelo celular. Então esses documentos falam muito sobre essa parte histórica do nosso país e também temos a parte de literatura, que interessa bastante por público em geral, que a gente tem muitas biografias, a gente tem memórias, temos romance, por exemplo, a primeira edição do Don Casmurro, Dimachado de Assis, Helena, também temos a primeira edição, temos publicações de José de Alencarca, Trualves, Gonçalves Dias, até porque esses documentos já não têm mais a questão do direito autoral. É verdade. Nós podemos divulgar tranquilamente sabendo que estamos fazendo um serviço para o país, né? Verdade, uma preservação importantíssima da memória, não só legislativa como você falou, mas da cultura mesmo, né, do Brasil. Isso, cultural, exatamente. Maravilha, tenho certeza que muitos dos nossos ouvintes vão querer acessar esse acervo, conhecer melhor a biblioteca digital do Senado e qual que é a melhor forma de encontrar esse repositório aí na internet. A melhor forma de encontrar a nossa biblioteca digital e de forma mais rápida digitando no próprio Google, Biblioteca Digital do Senado Federal e a resposta, o Google já faz esse link com o nosso site. Muito bom. Sim, parabéns então aí pelo trabalho de vocês à frente aí da biblioteca do Senado, essa iniciativa da Biblioteca Digital que completa agora 15 anos cada vez com acervo maior. E a gente agradece demais sua participação aqui no Senado e você. Ah, eu agradeço, Celso, realmente é um prazer, uma oportunidade. Inclusive nós temos alguns áudios de gravações da Rádio Senado também, depois de estar dando nossa biblioteca digital. Oh, que bacana. Eu convido a todos para entrar, acessar e baixar os documentos. Eu tenho certeza que vai enriquecer muito a formação, tanto a cadêndica quanto só de forma curiosa para entender um pouco sobre a história do nosso país. Maravilha então. Conversamos com Sintia Mára, Machado Ferreira, coordenadora da Biblioteca do Senado Federal. E essa edição do Senado e você fica por aqui. A você que nos ouve, muito obrigado pela audiência e até a próxima. [Música] Senado e você. [MÚSICA DE FUNDO]

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