Para Serra, voto distrital misto reduz o problema do financiamento de campanha — Rádio Senado
Salão Nobre

Para Serra, voto distrital misto reduz o problema do financiamento de campanha

07/08/2017, 21h00 - ATUALIZADO EM 09/08/2017, 10h48
Duração de áudio: 14:16

Transcrição
Em entrevista ao Salão Nobre, o senador José Serra defendeu as três reformas em pauta no Congresso este ano: a trabalhista, a previdenciária e a política. Ele acredita que é possível votar mudanças no sistema político este semestre como a cláusula de barreira, para reduzir o número de partidos; o fim das coligações nas eleições proporcionais e o voto distrital misto para a escolha de deputados e vereadores. Este último, porém, passaria a valer nas eleições municipais de 2020 e gerais de 2022. “Você acha que um deputado que é eleito em 600 municípios tem condições de prestar conta em cada um? A vantagem do distrital misto é que leva o custo para o chão”, argumentou Serra, que é autor da proposta no Senado. O senador acredita que é possível votar mudanças no sistema político, apesar das dúvidas em relação ao futuro do governo, assunto sobre o qual evitou fazer previsões: “Temos que aguardar para ver que fatos vão ocorrer nos próximos meses. Política é feita também com a história do inesperado. O excêntrico é essencial e não há história sem excentricidade”, afirmou. Outras reformas Para o economista e ex-ministro do Planejamento, da Saúde e das Relações Exteriores, a reforma trabalhista dará melhores condições de trabalho aos que estão fora do mercado formal, que hoje somam 10,5 milhões de pessoas. Ela foi aprovada e sancionada na primeira quinzena de julho, mas entra em vigor em novembro. O tema ainda continua em debate no Legislativo, primeiro, por causa do acordo dos senadores com o presidente Michel Temer de alterá-la por meio de medida provisória. Em segundo lugar, porque o sen. Paulo Paim (PT-RS) apresentou projeto (PLS 233/2017) para revogar a nova lei. No caso da reforma da previdência, Serra acredita que se ela não for votada, as consequências para a economia não virão de imediato: “na medida em que não se vota reforma, as pessoas falam que economia piorará. Isso é verdadeiro a médio e longo prazo”. Ele defendeu uma idade mínima para a aposentadoria e o estímulo ao mercado de previdência privada, mas mantendo o sistema público para a população mais pobre.

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