Popularizar colonoscopia é a melhor forma de prevenir o câncer de intestino, dizem especialistas
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) debateu nesta terça-feira (26) a política de prevenção ao câncer de intestino. Especialistas no assunto defenderam a popularização do exame de colonoscopia como a melhor forma de reduzir a mortalidade desse tipo de câncer, que apresenta uma média 36 mil novos casos por ano no Brasil. O senador Styvenson Valentim (Pode-RN) destacou a necessidade de corrigir a tabela do SUS. As informações na reportagem de Maurício de Santi.
Transcrição
LOC: PARLAMENTARES SUGEREM A CRIAÇÃO DE UM PROGRAMA NACIONAL DE PREVENÇÃO AO CÂNCER DE INTESTINO.
LOC: 36 MIL NOVOS CASOS SÃO REGISTRADOS NO BRASIL TODOS OS ANOS. O TEMA FOI DEBATIDO EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS. REPÓRTER MAURÍCIO DE SANTI:
TÉC: O câncer colorretal é o terceiro mais comum entre os homens e o segundo entre as mulheres. Um terço dos pacientes diagnosticados com a doença acaba morrendo. A melhor forma de prevenção é o exame de colonoscopia, como explicou o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Gustavo Fernandes:
(GUSTAVO FERNANDES): Se a gente faz um exame do intestino grosso e acha uma lesão precursora muito bem caracterizada, que é o pólipo, e você retira; você está efetivamente prevenindo e um câncer em alguém. E isso impacta claramente em mortalidade.
(MAURÍCIO): O representante do Ministério da Saúde, Marcelo Campos Oliveira, reconheceu a necessidade de um esforço conjunto para a criação de uma política nacional de prevenção ao câncer de intestino. Mas ele reconhece que as boas ideias muitas vezes esbarram na falta de dinheiro.
(MARCELO): Uma grande dificuldade é realmente a questão orçamentária. Isso todos nós sabemos, né, com esse déficit fiscal, com o nosso orçamento anual. Então, o que que a gente vai combater com muita veemência e com muita contundência? Os desperdícios, as más práticas que a gente sabe que historicamente houve e buscar caminhos para fazer gestão e reconhecer quem faz bem feito.
(MAURÍCIO): O Ministério da Saúde destacou que já existem algumas iniciativas isoladas bem-sucedidas na prevenção ao câncer de intestino. A intenção é ampliar esses exemplos. O senador Styvenson Valentim, do Podemos do Rio Grande do Norte, lembrou que a baixa remuneração do SUS também é um desestímulo:
(STYVENSON): se é 112 reais em contrapartida com o valor cobrado nos particulares que chega de 900 a três mil reais os exames, se isso não desmotiva o médico. Eu, médico, não vou fazer nada pelo SUS, vou nada, eu tô trabalhando de graça. É mentira?
(MAURÍCIO): A revisão da tabela do SUS é uma reivindicação antiga da classe médica e está em discussão no Ministério da Saúde. Da Rádio Senado, Maurício de Santi.