CDH debate tragédia da boate Kiss e lei de prevenção a incêndios — Rádio Senado

CDH debate tragédia da boate Kiss e lei de prevenção a incêndios

LOC: CRIAÇÃO DE LEI NACIONAL SOBRE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS E DILIGÊNCIA DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS PARA AVALIAR A ATUAÇÃO DOS PODERES PÚBLICOS EM SANTA MARIA DEPOIS DA TRAGÉDIA NA BOATE KISS. 

LOC: ESSES SÃO ALGUNS DOS ENCAMINHAMENTOS SUGERIDOS NA AUDIÊNCIA PÚBLICA QUE DISCUTIU O ASSUNTO NA CDH. A REPORTAGEM É DE IARA FARIAS BORGES:

(Repórter) Ilegalidade, irresponsabilidade e conivência de autoridades e empresários na concessão de licenças de funcionamento e em ações de fiscalização resultaram no incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. A avaliação é do vice-presidente da Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia, Valter Capistani. Ele acrescentou que a imprensa também age para abafar o caso: 

(Valter Capistani)“Agentes e gestores públicos de todas as todas as esferas públicas, sem nenhuma ética tentam se livrar das responsabilidades, usando as influências e a própria mídia. Alguns políticos, alguns empresários, estão pedindo para a mídia dar uma abrandada, para a mídia esquecer”. Para o presidente da associação, Adherbal Ferreira, irregularidades continuam acontecendo. Ele defendeu uma atuação preventiva para evitar outras tragédias: 

(Adherbal Ferreira) “Hoje, o que queremos é a prevenção tanto na parte de incêndios ou tragédias pois as aglomerações de pessoas sem o cuidados podem causar novamente um desastre. O desleixo a desatenção, o jeitinho, continuam”. 

(Repórter) Segundo a especialista em toxicologia e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Solange Garcia, depois do incêndio na Boate Kiss, outra tragédia começou: o atendimento médico-hospitalar às vítimas. Ela disse que o Brasil não possui um sistema eficiente para atender intoxicados por agentes químicos e sugeriu a criação de uma central de antídotos. A médica contou que o antídoto ao cianeto que intoxicou os jovens em Santa Maria não existia no Brasil e foi preciso importá-lo. (

(Solange Garcia) “Eu me colocava na situação dos pais que imaginavam que seus filhos estavam no hospital sendo adequadamente tratados quando, na verdade, o antídoto especifico para aquela intoxicação sequer existia no Brasil”. 

(Repórter) O representante do Ministério da Saúde, Paulo de Tarso Abrahão, informou que a política de antídotos já existe, mas é preciso atualizar a lista de medicamentos. O senador Paulo Paim do PT do Rio Grande do Sul se comprometeu a encaminhar as sugestões dos participantes da audiência: 

(Paulo Paim) ”Fica aqui o compromisso de ir às ultimas conseqüências, na linha da justiça, e caminharmos para a construção de propostas, de leis, que nunca mais permitam que algo como isso aconteça”. 

(Repórter) O incêndio na Boate Kiss aconteceu no final de janeiro, causado por sinalizador usado pela banda que se apresentava. Morreram 242 pessoas e 116 ficaram feridas.
02/12/2013, 06h14 - ATUALIZADO EM 02/12/2013, 06h14
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