Mais da metade da população brasileira já presenciou uma mulher ser agredida — Rádio Senado
Audiência pública

Mais da metade da população brasileira já presenciou uma mulher ser agredida

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2019, acontece um caso de violência doméstica a cada dois minutos no Brasil. Entre as vítimas de feminicídio, 61% são mulheres negras. Para o senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH), que debateu o tema em audiência pública, os dados são alarmantes. A reportagem é de Rodrigo Resende, da Rádio Senado.

 Veja a íntegra da audiência pública aqui.

26/11/2019, 14h37 - ATUALIZADO EM 26/11/2019, 16h50
Duração de áudio: 02:21
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza audiência pública interativa para tratar sobre o enfrentamento à violência contra as mulheres.

Mesa:	
membro da Congregação das irmãs da Sagrada Família, representando a Conferência dos Religiosos do Brasil, Maria Luiza da Silva;
multiplicadora da Campanha Nacional de Enfrentamento aos Ciclos de Violência Contra a Mulher, Daiane Zito;
presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS);
secretária liberada da Pastoral da Juventude da Diocese de Erexim e multiplicadora da Campanha Nacional de Enfrentamento aos Ciclos de Violência Contra a Mulher, Rocheli Koralewski;
secretário nacional da Pastoral da Juventude, Davi Rodrigues da Silva.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
LOC: OS NÚMEROS DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES BRASILEIRAS SÃO ALARMANTES E MUITAS AGRESSÕES ACONTECEM DENTRO DE CASA. LOC: ESSES FORAM ALGUNS TEMAS TRATADOS EM AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO SENADO. A REPORTAGEM É DE RODRIGO RESENDE: (Daiane Zito Rosa) Certeza que milhares de mulheres que foram violentadas ontem a noite, na frente de seus filhos, hoje de manhã preparou o café da manhã e também devem ter arrumado os pertences desses companheiros que as violentaram. (Repórter) A fala é de Daiane Zito Rosa, representante da Campanha Nacional de Enfrentamento aos Ciclos de Violência Contra a Mulher, e representa a realidade de muitas mulheres brasileiras. Rochelle Koralewski, da Pastoral da Juventude de Erechin, Rio Grande do Sul, lembra que mesmo após o fim de um relacionamento abusivo, as mulheres muitas vezes não estão seguras: Rochelle 1 – 11” – No dia 17 desse mês, aos 29 anos, a Karine Cavalli foi assassinada a golpes de facão pelo ex-marido que não aceitava o término do relacionamento. (Repórter) O senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, apresentou dados que considerou alarmantes de uma campanha de combate à violência contra a mulher: Paim – 18” – 59% da população afirma ter visto uma mulher ser agredida fisicamente ou verbalmente. 52,3% dos assassinatos de mulheres foram por arma de fogo. (Repórter) Para Maria Luíza da Silva, da Conferência dos Religiosos do Brasil, ainda são necessários diversos avanços para um efetivo combate a esse tipo de violência e a outros a ele interligados: Maria Luíza 1 – 15” – Por exemplo a ineficiência de políticas públicas de enfrentamento ao tráfico de pessoas e consequentemente de violência contra a mulher, o despreparo e a inoperância de equipes técnicas, a impunidade frente as denúncias. (Repórter) Para a pastora Luterana Romi Bencke, é urgente uma mudança de mentalidade em diversos setores: (Romi Bencke) É necessário o engajamento de todos os setores da sociedade e em especial das igrejas pra superação dessa violência. Porque se a gente não altera, não modifica, não transforma os padrões culturais e religiosos da sociedade, toda nossa luta, todo nosso engajamento ele vai ser sempre parcial. (Repórter) De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2019, a cada dois minutos acontece um episódio de violência doméstica no Brasil.

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