Debatedores pedem novas tecnologias no tratamento da hipertensão intracraniana idiopática
A Comissão de Assuntos Sociais debateu, nesta segunda-feira (15), a hipertensão intracraniana idiopática. Chamada de HII, essa doença se manifesta pelo aumento da pressão ao redor do cérebro, em decorrência do acúmulo do líquido cefalorraquidiano, que protege a medula espinhal e o cérebro, no crânio. A pressão aumenta no cérebro e sobre o nervo óptico, localizado na parte posterior do olho e responsável pela visão. Se não houver tratamento adequado, os pacientes podem até perder a visão.

Transcrição
A Comissão de Assuntos Sociais debateu em audiência pública nesta segunda-feira a hipertensão intracraniana idiopática. Também chamada de HII, essa doença se manifesta pelo aumento da pressão ao redor do cérebro, em decorrência do acúmulo, no crânio, do líquido cefalorraquidiano. Por causa disso, o nervo óptico, localizado na parte posterior do olho e responsável pela visão, pode ser afetado.
A hipertensão intracraniana idiopática ocorre em apenas cerca de uma em cem mil pessoas, geralmente em mulheres durante seus anos reprodutivos. É 20 vezes mais comum entre mulheres jovens com sobrepeso.
Presidente da reunião, a senadora Mara Gabrilli, do PSD de São Paulo, solicitou ao SUS a inclusão de uma válvula programável entre os equipamentos que podem ser usados no tratamento da doença. O pedido ainda depende do aval da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde, a Conitec.
É uma demanda que a gente vem trabalhando desde o ano passado, para o monitoramento tanto da pressão, como de uma válvula programável, mas as coisas não têm a velocidade que a gente gostaria, não é? Ainda não tivemos um retorno do Ministério da Saúde, mas a gente segue cobrando essas ações concretas.
A válvula controla o fluxo do líquido cefalorraquidiano, permitindo ajustes de forma não invasiva. Além das pessoas com HII, o equipamento também pode beneficiar pacientes com hidrocefalia. O médico Fernando Gomes Pinto, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, criticou a demora da decisão da Conitec.
No ano que vem, nós vamos ter o Congresso Mundial de Hidrocefalia, e vai ser muito curioso a gente mostrar uma tecnologia de ponta que os outros países usam, e o nosso Sistema Único de Saúde está esperando a Conitec para liberar. Então, eu faço aqui esse meu apelo emocionado, em nome de todos os pacientes que sofrem com hipertensão intracraniana, e a grande maioria depende do Sistema Único de Saúde.
Para Giselle Siqueira, que tem a doença, as pessoas que convivem com a hipertensão intracraniana idiopática devem ter assegurado o direito à avaliação médica especializada, proteção social, prioridade no atendimento e tratamentos multidisciplinares.
Pacientes esperam muito, recebem negativas ou só conseguem uma válvula com uma ordem judicial. E isso causa muito sofrimento, piora a doença e gera muito custo para o nosso sistema público. Garantir a válvula pelo SUS, quando indicada pelo médico, é evitar cegueira, afastamento do trabalho e sofrimento desnecessário.
Também participaram do debate representantes do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia. Da Rádio Senado, Pedro Pincer

