Ataques nas redes sociais e assédio judicial são desafios para atuação dos jornalistas — Rádio Senado
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Ataques nas redes sociais e assédio judicial são desafios para atuação dos jornalistas

Representantes de entidades jornalísticas alertaram na Comissão de Direitos Humanos (CDH) para o aumento do assédio judicial e ataques virtuais contra profissionais da imprensa. Para a presidente da Abraji, Katia Brembatti, o excesso de processos intimida e limita a cobertura jornalística. Bia Barbosa, da Repórteres sem Fronteiras, apontou que ataques nas redes geram impactos graves na saúde mental dos profissionais. O senador Paulo Paim (PT-RS) destacou a necessidade de regulação da inteligência artificial diante do uso de deep fakes e fake news como se fossem jornalismo.

11/12/2025, 14h16 - atualizado em 11/12/2025, 18h18
Duração de áudio: 02:32
Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

Transcrição
Os ataques nas redes sociais e o chamado assédio judicial foram pontos críticos citados por representantes de jornalistas em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos que debateu a liberdade de imprensa e a violência contra os profissionais no Brasil. Um estudo da FENAJ, Federação Nacional dos Jornalistas, mostrou 144 agressões no ano passado. A presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, Katia Brembatti, ressaltou que há um aumento expressivo de ações judiciais contra jornalistas, o que intimida a atuação do profissional. (Katia Brembatti) "A sociedade deixa de ser informada quando o jornalista pensa cinco vezes antes de abordar um assunto, porque aquele assunto vai dar dor de cabeça, né? E quando as pessoas acham assim: "Ah, mas a imprensa tem que ser contida”. Eu queria dizer para vocês que eu já estive numa audiência em que um jornalista foi condenado criminalmente por ter usado a palavra pupilo. Criminalmente! Eu não estou nem falando civilmente, né? O que já seria absurdo.Então, a gente está vivendo esse cenário, esse cenário precisa aparecer pra sociedade,  a gente precisa falar sobre ele". Com base em uma pesquisa, a coordenadora de Incidência para a América Latina da Repórteres sem Fronteiras, Bia Barbosa, destacou o efeito negativo na saúde de mental de jornalistas com os ataques constantes nas redes sociais. (Bia Barbosa) "15% de comunicadores e jornalistas, mulheres ou que pertencem a comunidade LGBTQAIP+ que sofreram ataques digitais desenvolveram problemas sérios de saúde mental. Então a gente não está falando de uma coisa que é menos importante, porque não é a agressão física, presencial, à integridade, não é? O assassinato, que é censura, o assassinato é a forma mais cruel de censura, mas também são outras formas de silenciamento". O senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, destacou que a Inteligência Artificial vem sendo usada para criar notícias falsas como se fossem jornalísticas. (senador Paulo Paim) "E lamentavelmente a inteligência artificial e, eu tenho visto já, e fake News, é uma agressão total e tem que ser regulamentado como você aqui você recomendou. (Bia Barbosa) - E tem jornalistas que tem a sua imagem também utilizada para em deep fakes, justamente se aproveitando da credibilidade que o jornalismo tem, da imagem de um jornalista, para poder conseguir alcançar essa desinformação". O representante do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Oscar Ferreira de Oliveira, detalhou o trabalho do Observatório da Violência contra Jornalistas e Comunicadores Sociais, instituição criada em 2023 para receber denúncias, monitorar casos, apoiar investigações e consolidar dados sobre os ataques a esses profissionais no país. Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.

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