Relator da CPI defende foco no trabalho das polícias, não em milícias — Rádio Senado
Crime Organizado

Relator da CPI defende foco no trabalho das polícias, não em milícias

O relator da CPI do Crime Organizado, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), reafirmou que vai dar voz às forças policiais e especialistas em segurança pública ao invés de convocar líderes de facções criminosas. Ele reforçou a necessidade de um diagnóstico, que passa por identificar a localização desses grupos por estado, as suas atividades, a destinação dos recursos obtidos e o crime de corrupção passiva e ativa.

07/11/2025, 14h15 - atualizado em 07/11/2025, 14h22
Duração de áudio: 02:37
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Transcrição
Delegado da Polícia Civil, o relator da CPI do Crime Organizado, senador Alessandro Vieira, do MDB de Sergipe, sugeriu nove temas a serem analisados pela Comissão Parlamentar de Inquérito.  Ele quer mapear a ocupação territorial das faccções e milícias para além do Rio de Janeiro, São Paulo e cidades do Norte e Nordeste. Alessandro Vieira também defende identificar os "negócios" destes grupos e sua rota, a exemplo do tráfico de drogas e armas, crimes ambientais e extorsão de comunidades por meio do comércio e prestação de serviços.  Também entram na lista estelionato, roubo, furto, corrupção de menores, crimes digitais e lavagem de dinheiro por meio de bancos digitais e criptomoedas, mercado imobiliário e combustíveis.   Alessandro Vieira avisou que a prioridade é dar voz aos especialistas e profissionais de segurança pública, como policiais. Por isso, não deverá convocar os líderes do crime organizado.  (senador Alessandro Vieira) "A CPI tem como principal objetivo realizar um grande diagnóstico desse cenário de criminalidade organizada violenta no Brasil, identificar aquilo que funciona aquilo que não funciona no combate ao crime. Nós temos bons exemplos dentro e fora do Brasil de modalidade de combate ao crime que funciona. Então, a gente tem que ter clareza do problema e essa clareza vai ser alcançada ouvindo os profissionais porque não tem porque ouvir bandido, não tem porque ficar perdendo tempo totalmente ouvindo político. Eu preciso ouvir quem trabalha com isso, sabe os problemas e também sabe apontar as soluções." Alessandro Vieira também prevê investigar o sistema prisional e a prática de corrupção ativa e passiva em todos os setores e esferas.  O relator da CPI do Crime Organizado afirmou que ao final dos trabalhos vai apresentar uma lista de projetos, a exemplo do que aumenta a punição para delitos graves.  (senador Alessandro Vieira) "Pontualmente a gente pode ter o aumento de pena porque está falando de crimes graves e criminosos violentos. Mas o mais importante é que essa pena seja cumprida devidamente, que o processo aconteça com velocidade e que uma vez encarcerado, o criminoso não use o presídio como escritório, que é o que a gente vê hoje. Enquanto você tinha 2.500 homens da polícia do Estado do Rio de Janeiro atuando num confronto duríssimo, você tinha dentro do presídio lideranças dessa mesma facção determinando ações na rua com total liberdade e tranquilidade. Isso é inaceitável."  A comissão também vai debater a necessidade de reforço no orçamento da segurança pública, a integração das polícias e das Forças Armadas e as experiências bem-sucedidas de combate à violência.  A CPI do Crime Organizado terá reuniões às terças e quartas-feiras às 9 horas da manhã. Da Rádio Senado, Hérica Christian.   

Ao vivo
00:0000:00