Ampliação da licença-paternidade está de volta ao Senado
A Câmara dos Deputados aprovou com alterações o projeto (PL 3935/2008) da ex-senadora Patrícia Saboya, que amplia de 5 para 20 dias a licença-paternidade, de forma gradual nos próximos três anos. O salário integral do período será pago pela Previdência Social. O Senado ainda vai decidir se mantém as mudanças. Se aprovado, o texto seguirá para a sanção presidencial.

Transcrição
A arquiteta mineira Rosane Custódio ainda nem tinha pensado na decoração do quarto, quando Alice chegou com apenas cinco meses de gestação.
Foi um começo complicado também para o pai, o professor Clóvis Fernandes.
Rosane diz que não consegue imaginar o que teria feito sem a ajuda do marido.
(Rosane Custódio) "Quando ela teve alta, aí a gente veio para casa, com aquele medo de deixar ela sozinha. A gente ficava o tempo todo junto com ela, não dormia, quando um estava dormindo o outro estava acordado. Ele me ajudou muito nessa parte. Ele preparava mamadeira pra ela; enquanto eu dormia, ele ficava vigiando ela, dava mamadeira, punha pra arrotar, trocava."
Felizmente os papais-cangurus, que hoje já não são exceção, serão beneficiados com um projeto do Senado que amplia o período de licença-paternidade.
Os deputados decidiram que o aumento de 5 para 20 dias será gradual nos três primeiros anos de vigência da lei.
Outra novidade é o pagamento do salário-paternidade pela Previdência Social e não mais pelos empregadores.
Pelo projeto, o benefício também valerá para pais adotivos ou que obtiverem a guarda judicial da criança ou adolescente.
Favorável ao projeto, a senadora Zenaide Maia, do PSD do Rio Grande do Norte, destacou que estudos internacionais mostram que crianças que passam mais tempo com os pais no início da vida se tornam adultos saudáveis e ativos.
(senadora Zenaide Maia) "Isso é saúde para todo mundo - saúde física e emocional. E certamente os empregadores vão também sair ganhando ao receber de volta de uma licença de tempo maior profissionais muito mais felizes e realizados."
O Clóvis, pai da Alice, que sequer conseguiu acompanhar a Rosane no cartório naqueles primeiros dias, sabe que sua presença faz a diferença.
(Clóvis Fernandes) "cinco dias foi muito, muito pouco e muito cansativo. Mesmo estando trabalhando, eu não deixei de participar nem eu dia. Acho que ela vai se sentir mais amada, mais acolhida. Acho que ela já sentia e sente que ela tem um apoio maior, né?"
Os senadores agora vão decidir se mantêm ou não as mudanças sugeridas pelos deputados. Se aprovado, o projeto seguirá para a sanção presidencial.
Da Rádio Senado, Raíssa Abreu.

