Virgílio Antônio, ex-procurador do INSS, evita responder sobre patrimônio milionário
O ex-procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, depôs à CPMI do INSS. Afastado do cargo em abril de 2025, ele é investigado pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento em fraudes contra aposentados. Virgílio negou ter padrinhos políticos e disse agir com retidão, mas permaneceu em silêncio sobre o aumento de seu patrimônio e as empresas de sua esposa, Thaísa Hoffmann. O relator da CPMI, deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL) ressaltou que Virgílio era procurador quando da assinatura de dezenas acordos do INSS com associações que promoviam descontos fraudulentos.

Transcrição
O EX-PROCURADOR DO INSS VIRGÍLIO ANTÔNIO DISSE NA CPMI DO INSS QUE NÃO TEM RELAÇÃO COM AS FRAUDES NOS DESCONTOS ASSOCIATIVOS EM SALÁRIOS DE APOSENTADOS E PENSIONISTAS.
RELATOR DA CPMI APONTOU ALTA DE ASSINATURAS DE ACORDOS COM ASSOCIAÇÕES FRAUDULENTAS NA ÉPOCA DE VIRGÍLIO. REPÓRTER RODRIGO RESENDE.
Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho era procurador do INSS até ser afastado do cargo em abril de 2025. Ele é investigado pela Polícia Federal e pela CPMI do INSS por possível envolvimento no esquema de descontos fraudulentos de aposentados e pensionistas. Virgílio, que é servidor público concursado desde 2006, afirmou que não conta com padrinhos políticos e sempre agiu com retidão em todos os cargos que ocupou.
(Virgílio) - Todos os cargos por mim assumidos, os cargos em comissão, foram de indicações técnicas. Não sou político, não tenho padrinho político, sou apartidário e sempre desempenhei minhas funções com base na constituição e sem questões políticas.
Virgílio ainda argumentou que não foi ouvido de forma oficial pela Polícia Federal, instituição que lidera a operação Sem Desconto.
(Virgílio) - Nem tive a oportunidade ainda de depor na Polícia Federal. A investigação está em andamento. Relembro que é uma investigação ainda em andamento. Não sou indiciado, não sou réu, muito menos condenado, né? Percebi já em algumas falas de parlamentares dessa comissão que há um pré-julgamento, né? Não fui ouvido, não prestei esclarecimentos, mas já percebi um pré-julgamento muito forte.
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar, do União de Alagoas, ressaltou que na época de Virgílio foram assinados pelo menos 70 por cento dos acordos com associações que promoviam descontos de aposentados e pensionistas.
Alfredo - O senhor, dos 40 ACTs vigentes na época da operação, os acordos de cooperação técnica, o senhor estava presente em 28 desses ACTs. Ou seja, se tem alguém que deu indicação jurídica para isso acontecer, o senhor estava presente nesses 28.
Virgílio afirmou que as assinaturas de Atos de Cooperação Técnica, os ACTs, não passavam pela procuradoria-geral e sim por procuradores especializados. No entanto, o relator apontou que Virgílio foi o responsável pelo processo da CONTAG de inscrição em lote de aposentados. Virgílio não respondeu ao relator sobre seu aumento patrimonial, que pode ter chegado a 18 milhões de reais nos últimos anos.
Alfredo e Virgílio - O senhor poderia me falar da sua evolução patrimonial nesses últimos 5 anos? (Virgílio) Por orientação dos meus advogados, eu permanecerei em silêncio.
Virgílio não respondeu às questões do relator sobre diversas compras e vendas de imóveis e permaneceu em silêncio quando perguntado sobre detalhes das empresas de sua esposa, Thaísa Hoffmann, que podem ter sido utilizadas para lavagem do dinheiro do esquema. Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.

