CPMI do INSS vota requerimento de convocação de seis pessoas nesta terça-feira
Em resposta à recusa do "Careca do INSS" de prestar depoimento na CPMI do INSS nesta segunda-feira (15), o colegiado vai votar nesta terça-feira (16) requerimentos de convocação de outras seis pessoas, entre elas a esposa e o filho do empresário. A comissão avalia ainda a possibilidade de propor mudança nas regras atuais, para que o Judiciário não impeça o depoimento de investigados.

Transcrição
EM RESPOSTA À RECUSA DO INVESTIGADO ANTÔNIO CARLOS ANTUNES, CONHECIDO COMO CARECA DO INSS DE PRESTAR DEPOIMENTO NA CPMI DO INSS NESTA SEGUNDA-FEIRA, O COLEGIADO VAI VOTAR NESTA TERÇA REQUERIMENTOS DE CONVOCAÇÃO DE OUTRAS SEIS PESSOAS, ENTRE ELAS A ESPOSA E O FILHO DO EMPRESÁRIO.
A COMISSÃO AVALIA AINDA A POSSIBILIDADE DE PROPOR MUDANÇA NAS REGRAS ATUAIS, PARA QUE O JUDICIÁRIO NÃO IMPEÇA O DEPOIMENTO DE INVESTIGADOS. REPÓRTER ALEXANDRE CAMPOS
Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, o presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana, do Podemos de Minas Gerais, anunciou uma sessão extra do colegiado nesta terça-feira, às duas da tarde, para votar requerimentos de convocação de seis pessoas, na condição de testemunha, a partir da próxima quinta-feira.
Segundo Carlos Viana, a decisão é uma resposta da CPMI ao não comparecimento de Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, no colegiado nesta segunda-feira, depois de conseguir no Supremo Tribunal Federal o direito de não prestar depoimento.
Entre as pessoas a serem convocadas pelo colegiado estão Tânia Carvalho dos Santos e Romeu Carvalho Antues, esposa e filho de Antonio Carlos Camilo Antunes.
Também serão convocados para prestar esclarecimentos na CPMI Rubens Oliveira Costa e Milton Salvador de Almeida Júnior, sócios do Careca do INSS; e Cecília Montalvão, esposa de Maurício Camisotti, que, depois de ser preso na última sexta-feira, avisou que não prestará depoimento no colegiado. Completa a lista de convocados o advogado Nelson Willians.
Carlos Viana espera que, a partir de agora, qualquer acordo firmado entre a CPMI e advogados de depoentes seja cumprido, para que o colegiado possa apurar as irregularidades e dar uma resposta à população.
A CPMI tem poder de polícia, e ainda que o Supremo Tribunal Federal ofereça habeas corpus para que essas pessoas possam não falar, a presença delas tem de ser obrigatória para os esclarecimentos que nós queremos em relação aos inquéritos que já estão abertos.
Carlos Viana adiantou que, ao final dos trabalhos, a CPMI pode propor uma mudança nas regras atuais, para evitar que decisões do Judiciário favoráveis aos investigados dificultem as apurações das comissões parlamentares de inquérito.
Porque o nosso trabalho aqui é o mesmo da Polícia Federal e do próprio Supremo, neste momento, que tem a presidência do inquérito. Não há motivo algum para que, por exemplo, um outro poder queira interferir mais uma vez nas decisões do Parlamento e decisões que infelizmente tornam as investigações mais lentas.
Instalada em agosto, a CPMI do INSS investiga fraudes relacionadas a descontos irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas. Da Rádio Senado, Alexandre Campos.

