Atlas finalista do Prêmio Jabuti faz saltar aos olhos o Brasil do século XIX
Publicado pelo Conselho Editorial do Senado e pela Editora da Universidade Federal Fluminense, o Atlas Histórico-Econômico do Brasil no Século XIX foi anunciado nesta terça-feira (22) como finalista do Prêmio Jabuti Acadêmico 2025. O Atlas é rico visualmente, com suas ilustrações, fotografias e mapas; e no conteúdo, por reunir dados de pesquisas de todo o Brasil. Luiz Fernando Saraiva (UFF), um dos organizadores, e a vice-presidente do Conselho Editorial do Senado, Esther Bemerguy, estão na torcida pelo resultado final da premiação, em 5/8.

Transcrição
O "ATLAS HISTÓRICO-ECONÔMICO DO BRASIL NO SÉCULO XIX", PUBLICADO PELO CONSELHO EDITORIAL DO SENADO EM PARCERIA COM A EDITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (EDUFF), É FINALISTA DO PRÊMIO JABUTI ACADÊMICO 2025, NA CATEGORIA ESPECIAL DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA.
A OBRA, RICAMENTE ILUSTRADA, TRAZ MAPAS E INFORMAÇÕES POUCO CONHECIDAS - COMO A EXISTÊNCIA DE REDE SEM FIO NA AMAZÔNIA MUITO ANTES DO QUE SE PENSA. A REPORTAGEM É DE MARCELA DINIZ.
O Atlas Histórico-Econômico do Brasil no século XIX é rico em vários sentidos. Visualmente, é um deleite com suas ilustrações, fotografias, mapas, enfim - só folheando para entender. No conteúdo, abarca do fim do século XVIII ao início do XX, no chamado "longo século XIX", período que ajuda a entender o nosso presente. Dados sobre indígenas, pessoas escravizadas, rotas de tráfico legal e ilegal de seres humanos trazem algo da origem da maioria do povo brasileiro - aquela ascendência de história negada e essa lacuna, diria Machado de Assis, "essa lacuna é tudo". A publicação também nos revela um país mais arrojado do que se pode crer: quem, por exemplo, sabe que a Amazônia já contava com uma rede "wireless" no iniciozinho do século vinte? Aliás, não só a Amazônia, mas o país já era bem interligado por redes telegráficas com e sem fio, como nos ensina o professor Luiz Fernando Saraiva, da Universidade Federal Fluminense, um dos organizadores do Atlas.
(profº Luiz Fernando Saraiva) "A expressão 'wireless' é do final do século XIX, começo do XX. Então, em 1917, o Brasil tinha todo o seu território integrado por rede de telégrafos com fio e sem fio. E a rede de telégrafos sem fio era chamada de 'wireless'. Então, tem um mapa que mostra essa rede de wireless que existia no Brasil em 1917."
Resultado do trabalho de várias mãos e mentes, o Atlas tem três sessões. A primeira traz dados demográficos, ou seja, sobre população e sua distribuição no território nacional. A segunda parte é dedicada às atividades econômicas e sua estrutura de base, incluindo indústrias, bancos, patentes e usinas de energia. E a terceira informa sobre comunicações e transportes. Na expectativa da premiação no Jabuti Acadêmico, a vice-presidente do Conselho Editorial, Esther Bemerguy, espera o reconhecimento da obra por estudantes, professores, pesquisadores e por todos que gostam de conhecer mais sobre a nossa história.
(Esther Bemerguy) "O Atlas é uma publicação extraordinária, liderada pelos organizadores, professores Luiz Fernando, Wagner Nabarro e Pérola Goldfeder, e cerca de 20 outros pesquisadores de diversas universidades brasileiras, desde Rio Grande do Sul até o Maranhão. A expectativa do Conselho é que a obra seja premiada e reconhecida como imprescindível pela sociedade brasileira."
O Prêmio Jabuti é a maior premiação do livro no Brasil e está em sua sexagésima sétima edição. O Jabuti Acadêmico foi criado no ano passado para contemplar obras de natureza científica. A cerimônia de premiação será em 5 de agosto. O Atlas Histórico-Econômico do Brasil no século XIX está disponível gratuitamente no formato online e na sua versão impressa, por dezesseis reais. A obra pode ser acessada na Livraria do Senado: livraria.senado.leg.br. Da Rádio Senado, Marcela Diniz.

